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Em períodos de férias, principalmente as de verão – com festas de fim de ano, crianças em casa, passeios, viagens mais longas – é comum observar a alimentação das famílias se modificar. Com menos rotina, menos planejamento e mais refeições fora de casa, a disponibilidade ao consumo de guloseimas e alimentos ricos em gordura saturada, sódio e açúcar, tende a ser maior e isso exige cuidado.
Sejamos justos: uma alimentação saudável não é composta só de macronutrientes, como carboidrato, proteína, gordura, fibras e micronutrientes (vitaminas, minerais e compostos bioativos). A alimentação saudável também é feita de sabores, prazeres, preferências e momentos felizes e agradáveis, porém, quando se fala de nutrição infantil, essencialmente aos menores de 2 anos, a alimentação saudável não deve tirar férias.
O Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos (2019), do Ministério da Saúde, e o Manual de Alimentação (2019), da Sociedade Brasileira de Pediatria, apresentam informações extensas sobre a alimentação mais adequada para os bebês. Estas orientações reforçam a recomendação de não oferecer qualquer tipo de açúcar – mascavo, demerara, cristal, refinado, orgânico ou açúcar de coco, seja adicionado em preparações simples (como um suco) ou em mais elaboradas (como uma receita de bolo), seja presente como ingrediente em produtos comprados já industrializados (como pães, biscoitos e bolos prontos, sucos adoçados, refrigerantes, chás, iogurtes saborizados e leite fermentado). As crianças maiores de 2 anos também não devem ter esses alimentos e produtos em livre escolha na rotina.
A presença de açúcar na alimentação nos anos iniciais de vida está associada, por exemplo, ao excesso de peso, a má saúde bucal e a estimulação à preferência por produtos de sabor muito doce em uma fase em que o paladar está em plena formação. Além disso, as recomendações do Guia e do Manual reforçam a importância do consumo de alimentos ricos em nutrientes e fibras como frutas, verduras, legumes, ovo, carnes em geral, arroz, feijão e iogurte natural.
Então, quer dizer que criança não pode comer nada doce? Depende.
Até os dois anos de vida, a criança não deve ter acesso a nenhum açúcar adicionado, nem em preparações/produtos prontos com açúcar como ingrediente. Porém, o “doce” é um sabor que pode – e deve – estar presente na alimentação de todos, assim como os demais sabores – salgado, azedo, amargo e umami. Sabor doce pode, sim.
O que acontece é que, na maioria das vezes, quando se pensa em “doce”, vem à mente um brigadeiro e não uma manga, não é mesmo?
Alimentos que são, naturalmente doces, como as frutas, estão presentes na alimentação dos bebês desde o início da fase de alimentação complementar.
A seguir, compartilho dicas de alimentos naturalmente doces e/ou adoçados que podem ser oferecidos, segundo a idade:
Para os menores de 2 anos:
Para os maiores de 2 anos:
E lembre-se: bebês e crianças não passam vontade daquilo que não conhecem e a famosa frase “é só um pedacinho, não vai fazer mal” é o início para uma alimentação não saudável.