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Quando uma mãe amamenta seu bebê há um olhar que foca no outro, um toque que tranquiliza, respirações que se sincronizam, sons e ritmos que se harmonizam, cheiros que se mesclam, movimentos que se encaixam, um colo que aconchega.
Esse diálogo que se estabelece e essa troca única que acontece têm um papel fundamental no amadurecimento emocional do bebê.
Donald W.Winnicott, pediatra e psicanalista, contribuiu com ideias inovadoras acerca do desenvolvimento humano ao estudar a relação mãe-bebê. Ele mostrou a importância do fator ambiental na constituição psíquica dos indivíduos e o papel estruturante dos estágios primitivos do desenvolvimento pelos quais passam os bebês.
De acordo com a teoria Winnicottiana, num primeiro momento, existe uma interdependência total entre a mãe e o recém-nascido; a mãe é sentida pelo bebê como parte dele.
Pela amamentação cria-se uma intimidade sensorial corporal, assim como um vínculo emocional e uma unidade psíquica. Nessa fase, o fisiológico e o psicológico não se diferenciam.
O cuidado da mãe expressa o seu amor e permite que a psique do bebê habite o corpo, o que representa um passo a mais na direção de seu amadurecimento psíquico. A amamentação proporciona, assim, uma experiência completa de integração corpo e psique.
Dessa forma, quando a mãe garante a sustentação psíquica do bebê, ele pode desenvolver a capacidade de se relacionar com o outro, integrar as experiências vividas e se constituir como “sujeito”.
Segundo Winnicott (1960): “Com o cuidado que recebe de sua mãe, cada lactente é capaz de ter uma existência pessoal, e assim começa a construir o que pode ser chamado de continuidade do ser”.
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Atualizado em 16 de dezembro de 2024