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Como lidar com o TEA que não vem sozinho
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Como lidar com o TEA que não vem sozinho

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26/06/2025
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Autismo e outras condições: estatísticas reunidas no livro mostram a alta incidência de TDAH, epilepsia e outras condições em pessoas com TEA

Falar sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) sem mencionar suas comorbidades pode levar à falsa impressão de que tudo se resume a dificuldades de interação social e comunicação. Na prática, muitas crianças e adultos no espectro convivem com outras condições, o que potencializa os desafios cotidianos.

É o que ressalta O futuro do autismo, de Alecsandra Zapparoli e Cristina Ramalho, publicado pelo Instituto Pensi, que dedica um capítulo inteiro às comorbidades. Dados presentes na obra mostram que a maioria das pessoas com TEA lida com problemas associados, como TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), transtornos de ansiedade, epilepsia ou até síndromes genéticas — alguns casos incluem síndrome de Down ou Rett.

Por que isso importa? Em primeiro lugar, porque cada condição adicional traz demandas específicas de cuidado. Uma criança com autismo e TDAH, por exemplo, pode ter maior dificuldade em organizar tarefas e precisar de mais suporte na rotina escolar. Já quem enfrenta transtornos de ansiedade tende a sofrer com ambientes barulhentos ou repletos de estímulos, desencadeando crises de pânico ou fobias. Quando essas questões passam despercebidas, o risco de frustrações, regressões ou problemas de saúde mental aumenta significativamente.

Em segundo lugar, o foco exclusivo nos comportamentos característicos do TEA pode ofuscar outros sinais importantes, como dores de cabeça, problemas de sono ou crises convulsivas. Essa “invisibilidade” atrasa diagnósticos e tratamentos, que poderiam melhorar muito a qualidade de vida de quem está no espectro. No livro, há relatos de seletividade alimentar associada a refluxo gastroesofágico que só foi identificada porque a família insistiu em investigar as causas mais profundas do desconforto.

Outro ponto de atenção é a ansiedade ou depressão em adolescentes e adultos com TEA, que muitas vezes não encontram acolhimento para lidar com pressões sociais. Conforme descrito na obra, há casos de pessoas que só descobriram o autismo na fase adulta e, ao longo de anos, viviam com sintomas de fobia social ou depressão sem suporte algum. Por isso, o texto destaca a importância de uma abordagem multidisciplinar e prolongada, que vá além da infância.

Para além dos números, O futuro do autismo enfatiza que cada situação deve ser analisada de forma personalizada. Não é regra que toda pessoa com TEA tenha TDAH ou epilepsia; contudo, reconhecer as diferenças impacta diretamente na escolha de terapias, medicações e apoios na escola ou no trabalho. A principal orientação das autoras é buscar ajuda especializada e não subestimar sinais que pareçam menores à primeira vista.

Por fim, o livro alerta que diversas comorbidades podem levar a emergências médicas. Crianças com TEA têm 30% mais risco de recorrer ao pronto-socorro, porcentagem que chega a dobrar na adolescência. Seja por crises convulsivas, quedas ou desregulações emocionais, profissionais de saúde e suas equipes precisam estar preparados para oferecer assistência adequada e um ambiente acolhedor.

Encarar as comorbidades não significa complicar desnecessariamente o quadro do autismo, mas sim enxergar a pessoa em sua totalidade. Quando a escola, a família e os profissionais de saúde ampliam o olhar para além dos sinais clássicos do TEA, surgem estratégias de cuidado mais eficientes que garantem não apenas o desenvolvimento, mas também o bem-estar integral.

Por Rede Galápagos

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