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Quantos dias seu filho(a) faltou à escola nos últimos meses ou semanas? Foi apenas um ou dois dias de doença? E o dia em que ele(a) saiu mais cedo para o dentista? Ou os dias em que você tirou para estender as férias ou feriados? Pode ser difícil manter o controle.
Faltar um dia aqui ou ali pode não parecer um problema. Mas, as faltas escolares aumentam rapidamente. Faltar dois dias por mês — justificados ou não — pode resultar em uma criança sendo considerada cronicamente ausente. A boa notícia é que frequentar a escola tem efeitos poderosos e positivos nas crianças.
A frequência regular à escola faz mais do que ajudar seu filho(a) a aprender. Também impulsiona seu desenvolvimento e saúde geral. É por isso que nossa Fundação incentiva as famílias a reduzirem ausências desnecessárias e a priorizar levar as crianças à escola na hora certa, todos os dias.
Hoje em dia, com a melhora dos tratamentos clínicos e em hospitais como o Sabará Hospital Infantil, pacientes crônicos e complexos fazem parte do dia a dia e da rotina de nossas equipes, e eles possuem doenças que, muitas vezes, os levam a ter absenteísmo crônico nas escolas.
Absenteísmo crônico significa faltar muito à escola — por qualquer motivo — justificado ou não. Especialistas e um número crescente de estados definem absenteísmo crônico como faltar 10% (ou cerca de 18 dias) durante um ano letivo.
Enquanto o absenteísmo crônico mede ausências totais (justificadas e injustificadas), a evasão escolar mede apenas ausências injustificadas. O número de ausências injustificadas necessárias para que um aluno seja considerado um “vadio” difere de acordo com o estado.
No ano letivo de 2022-2023, mais de um quarto dos alunos dos EUA do jardim de infância ao 12º ano perderam um mês ou mais do ano letivo. Isso é quase o dobro do número de alunos que estavam cronicamente ausentes antes da pandemia da covid-19! Nunca vi estatísticas como essas no Brasil, mas devem ser semelhantes.
Certos grupos de alunos enfrentam mais desafios para frequentar a escola do que outros. Alunos do jardim de infância e da primeira série, assim como alunos do ensino médio, têm mais probabilidade de faltar cronicamente. Alunos com deficiência, alunos que vivem na pobreza e alunos negros e pardos também têm mais probabilidade de faltar à escola.
Existem alguns motivos para faltas à escola que não podem ser evitados. Exemplos incluem a necessidade de isolamento durante uma doença infecciosa. É importante que as famílias saibam quando uma criança deve ou não ficar em casa por motivos de saúde, quando procurar atendimento e quando é aceitável retornar após uma doença.
Um estudo americano mostra que crianças com TDAH, autismo ou atrasos no desenvolvimento têm duas vezes mais chances de serem cronicamente ausentes, em comparação a crianças sem essas condições. Crianças com doenças crônicas comuns, como asma e diabetes tipo 1, faltam mais à escola quando apresentam mais sintomas. Condições de saúde mental, como ansiedade ou depressão, são motivos comuns para ausências. Jovens que sofrem bullying ou vivem em um clima escolar hostil também têm mais probabilidade de faltar à escola.
Faltar apenas dois dias de aula por mês — por qualquer motivo — pode tornar a vida mais difícil. Crianças que são cronicamente ausentes no jardim de infância e na primeira série têm menos probabilidade de ler adequadamente na terceira série.
Para alunos mais velhos, o absenteísmo crônico está fortemente associado ao fracasso escolar — ainda mais do que notas baixas ou pontuações baixas em testes. Quando as ausências se somam, esses alunos têm mais probabilidade de serem suspensos e abandonar o ensino médio. Quando uma criança falta à escola, ela perde mais do que apenas uma boa educação. Sua saúde e bem-estar também podem ser afetados.
Além do ensino, a escola também é uma grande fonte de alimentos nutritivos para os alunos. A escola é onde muitos alunos recebem serviços especiais como fisioterapia ou terapia ocupacional, terapia de saúde comportamental e muito mais.
Como você pode ver, a frequência é importante e as crianças só devem deixar de ir à escola em último caso e com uma razão muito grande. As perdas são sempre maiores que os possíveis ganhos e os pais e cuidadores precisam tomar consciência disso, mesmo na pré-escola.
Academia Americana de Pediatria Conselho de Saúde Escolar (Copyright © 2024)
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