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Frequência escolar, absenteísmo e absenteísmo crônico: o que os pais precisam saber
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Frequência escolar, absenteísmo e absenteísmo crônico: o que os pais precisam saber

Frequência escolar, absenteísmo e absenteísmo crônico: o que os pais precisam saber

18/11/2024
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Quantos dias seu filho(a) faltou à escola nos últimos meses ou semanas? Foi apenas um ou dois dias de doença? E o dia em que ele(a) saiu mais cedo para o dentista? Ou os dias em que você tirou para estender as férias ou feriados? Pode ser difícil manter o controle.

Faltar um dia aqui ou ali pode não parecer um problema. Mas, as faltas escolares aumentam rapidamente. Faltar dois dias por mês — justificados ou não — pode resultar em uma criança sendo considerada cronicamente ausente. A boa notícia é que frequentar a escola tem efeitos poderosos e positivos nas crianças.

A frequência regular à escola faz mais do que ajudar seu filho(a) a aprender. Também impulsiona seu desenvolvimento e saúde geral. É por isso que nossa Fundação incentiva as famílias a reduzirem ausências desnecessárias e a priorizar levar as crianças à escola na hora certa, todos os dias.

Hoje em dia, com a melhora dos tratamentos clínicos e em hospitais como o Sabará Hospital Infantil, pacientes crônicos e complexos fazem parte do dia a dia e da rotina de nossas equipes, e eles possuem doenças que, muitas vezes, os levam a ter absenteísmo crônico nas escolas.

Mas, o que é absenteísmo crônico?

Absenteísmo crônico significa faltar muito à escola — por qualquer motivo — justificado ou não. Especialistas e um número crescente de estados definem absenteísmo crônico como faltar 10% (ou cerca de 18 dias) durante um ano letivo.

Enquanto o absenteísmo crônico mede ausências totais (justificadas e injustificadas), a evasão escolar mede apenas ausências injustificadas. O número de ausências injustificadas necessárias para que um aluno seja considerado um “vadio” difere de acordo com o estado.

No ano letivo de 2022-2023, mais de um quarto dos alunos dos EUA do jardim de infância ao 12º ano perderam um mês ou mais do ano letivo. Isso é quase o dobro do número de alunos que estavam cronicamente ausentes antes da pandemia da covid-19! Nunca vi estatísticas como essas no Brasil, mas devem ser semelhantes.

Certos grupos de alunos enfrentam mais desafios para frequentar a escola do que outros. Alunos do jardim de infância e da primeira série, assim como alunos do ensino médio, têm mais probabilidade de faltar cronicamente. Alunos com deficiência, alunos que vivem na pobreza e alunos negros e pardos também têm mais probabilidade de faltar à escola.

Existem alguns motivos para faltas à escola que não podem ser evitados. Exemplos incluem a necessidade de isolamento durante uma doença infecciosa. É importante que as famílias saibam quando uma criança deve ou não ficar em casa por motivos de saúde, quando procurar atendimento e quando é aceitável retornar após uma doença.

Um estudo americano mostra que crianças com TDAH, autismo ou atrasos no desenvolvimento têm duas vezes mais chances de serem cronicamente ausentes, em comparação a crianças sem essas condições. Crianças com doenças crônicas comuns, como asma e diabetes tipo 1, faltam mais à escola quando apresentam mais sintomas. Condições de saúde mental, como ansiedade ou depressão, são motivos comuns para ausências. Jovens que sofrem bullying ou vivem em um clima escolar hostil também têm mais probabilidade de faltar à escola.

Faltar apenas dois dias de aula por mês — por qualquer motivo — pode tornar a vida mais difícil. Crianças que são cronicamente ausentes no jardim de infância e na primeira série têm menos probabilidade de ler adequadamente na terceira série.

Para alunos mais velhos, o absenteísmo crônico está fortemente associado ao fracasso escolar — ainda mais do que notas baixas ou pontuações baixas em testes. Quando as ausências se somam, esses alunos têm mais probabilidade de serem suspensos e abandonar o ensino médio. Quando uma criança falta à escola, ela perde mais do que apenas uma boa educação. Sua saúde e bem-estar também podem ser afetados.

Além do ensino, a escola também é uma grande fonte de alimentos nutritivos para os alunos. A escola é onde muitos alunos recebem serviços especiais como fisioterapia ou terapia ocupacional, terapia de saúde comportamental e muito mais.

10 dicas para ajudar seu filho(a) a chegar na escola na hora certa, todos os dias:

  • Defina metas de frequência com seu filho(a) e acompanhe o progresso dele(a) em um calendário.
  • Ajude seu filho(a) a ter um boa noite de sono. A falta de sono está associada a um menor desempenho escolar a partir do ensino fundamental.
  • Prepare-se na noite anterior para agilizar sua manhã: separar as roupas antes de ir para a cama, preparar mochilas e lancheiras. Desenvolva planos B para chegar à escola caso algo aconteça, como um ônibus perdido ou uma reunião antecipada.
  • Programe viagens prolongadas durante as férias escolares. Isso ajuda seu filho(a) a se manter atualizado no aprendizado escolar. Lembre-se de que, mesmo no ensino fundamental, perder uma semana de aula pode atrasar seu filho(a) no aprendizado.
  • Mantenha-se atualizado(a) sobre as consultas de rotina de saúde infantil e odontológicas. Elas também ajudam a mantê-lo(a) atualizado(a) sobre os cuidados preventivos, incluindo vacinas. Conexões regulares com seu pediatra e dentista ajudam a detectar quaisquer problemas de saúde precocemente.
  • Não deixe seu filho(a) ficar em casa a menos que ele(a) esteja realmente doente. Motivos para manter seu filho(a) em casa e não ir à escola incluem febre maior que 38º graus, vômito, diarreia, tosse seca, dor de dente ou outras doenças infecciosas.
  • Se seu filho(a) tem um problema crônico de saúde, como asma, alergias ou convulsões, converse com seu pediatra sobre o desenvolvimento de um plano de ação escolar. Reúna-se e conheça o profissional de enfermagem da escola do seu filho(a).
  • Converse com seu filho(a) sobre os motivos pelos quais ele(a) não quer ir à escola. A ansiedade relacionada à escola pode levar à evasão escolar. Converse sobre seus sintomas físicos e emocionais. Tente fazê-lo(a) falar sobre quaisquer lutas emocionais que ele(a) possa ter com problemas como bullying, medo do fracasso ou danos físicos reais.
  • Siga as regras. Certifique-se de saber quais são os requisitos da sua escola para quando seu filho(a) estará ausente ou atrasado.
  • Procure atividades na escola que combinem com os interesses do seu filho(a). A escola tem um programa extracurricular que possa interessá-lo(a)?

Como você pode ver, a frequência é importante e as crianças só devem deixar de ir à escola em último caso e com uma razão muito grande. As perdas são sempre maiores que os possíveis ganhos e os pais e cuidadores precisam tomar consciência disso, mesmo na pré-escola.

Fonte:

Academia Americana de Pediatria Conselho de Saúde Escolar (Copyright © 2024)

Saiba mais:

https://institutopensi.org.br/blog-saude-infantil/coronavirus-lidando-com-o-fechamento-das-escolas/

https://institutopensi.org.br/nossas-criancas-brasileiras-no-g20-que-vergonha/

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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