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Dificuldade escolar como um problema médico
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Dificuldade escolar como um problema médico

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28/09/2023
  2016   
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Independentemente da idade do seu filho(a), as dificuldades escolares ocasionais são normais. Mas quando essa luta se torna um padrão, muitas vezes suscita preocupação por parte dos pais e/ou professores.

A Academia Americana de Pediatria (AAP) recomenda conversar com o pediatra do seu filho(a) sobre quaisquer dificuldades escolares. A falta de progresso acadêmico de uma criança costuma ser um sintoma de questões mais complexas, como vários tipos e combinações de dificuldades comportamentais, psicológicas e de aprendizagem. Estresse social, doenças e problemas médicos crônicos também podem desempenhar um papel.

Quando me formei como pediatra, a puericultura era uma grande arma para o acompanhamento global da criança. Os pediatras acompanhavam o crescimento e desenvolvimento em consultas anuais que incluíam, entre outras coisas, o crescimento acadêmico desde a última consulta.

Hoje em dia, uma grande parte das crianças não possui pediatras e quando tem, eles não possuem tempo ou paciência para ter uma visão holística da criança. A preocupação fica só com a doença.

Para se preparar para uma consulta anual, faça uma lista de tópicos sobre os quais deseja conversar, como preparação para a escola, problemas de comportamento, de sono, alimentares ou de saúde mental, situação das vacinas, condições da vida social, de atividades esportivas e extraescolares. Leve-os ao seu pediatra no início da consulta.

FATO: doenças crônicas não diagnosticadas ou mal controladas em crianças – como a asma e a diabetes tipo 1 – estão associadas ao agravamento do desempenho acadêmico, bem como à fraca frequência escolar. A AAP recomenda conversar com seu pediatra sobre o desenvolvimento de um plano de ação escolar para gerenciar a condição de seu filho(a) na escola.

Frente a tudo que você levar e conversar, seu pediatra pode encaminhar a criança ou jovem para avaliações psicológicas e educacionais para explorar possíveis distúrbios do neurodesenvolvimento, deficiências intelectuais e de aprendizagem, problemas de saúde emocional e fontes de estresse. Não se assuste se receber uma indicação!

Essas avaliações aprofundadas podem ser feitas por profissionais como pediatras do desenvolvimento-comportamental, neuropsicólogos, neurologistas, psiquiatras, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas pediátricos. Os resultados destas avaliações podem ajudar a determinar porque seu filho(a) tem dificuldades na escola, a compreender o que o seu filho(a) precisa e oferecer estratégias que possam apoiá-lo(a).

Quando uma criança está atrasada na escola, é importante uma abordagem em equipe – entre a família, a escola e os prestadores de cuidados de saúde da criança. Você e seu filho(a) são o centro dessa equipe. Grandes equipes são construídas com base em uma comunicação eficaz e, muitas vezes, recai sobre os pais a responsabilidade de garantir que todas as informações sejam compartilhadas entre todos os membros da equipe de saúde do seu filho(a). Obtenha dicas para se comunicar de forma eficaz com todos os membros da equipe.

Estima-se que 6,6 milhões ou 13% do total de matrículas em escolas públicas são apoiadas por programas de educação especial dos Estados Unidos, sendo que as condições mais comuns entre as crianças destes programas incluíram:

  1. Dificuldade de aprendizagem específica (35%)
  2. Distúrbios de fala ou linguagem (20%)
  3. Condições de saúde (13%)
  4. Transtorno do Espectro Autista (9%)
  5. Deficiência intelectual (6%)
  6. Atraso no desenvolvimento (6%)
  7. Deficiências auditivas, ortopédicas e visuais, lesões cerebrais traumáticas e outras (menos de 2% cada)

Resolver esses tipos de questões complexas pode ser um processo longo e difícil. Como melhor defensor(a) do seu filho(a), você pode precisar considerar os resultados dos testes, refletir sobre as opções disponíveis e trabalhar com a equipe de saúde para elaborar um plano que o(a) permita atingir todo o seu potencial. Pode levar algum tempo e a paciência é a chave para manter o estresse sob controle.

Para nós da Fundação José Luiz Egydio Setúbal e de nossas organizações – Instituto PENSI, Sabará Hospital Infantil e Autismo e Realidade – a preocupação com a educação da criança brasileira para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária é essencial. Para isso, nos juntamos à Sociedade Brasileira de Pediatria que tem um documento: diretrizes com o papel do pediatra frente às dificuldades escolares.

 

Fonte:

Academia Americana de Pediatria (Copyright © 2019)

https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/21156d-DIRETRIZES_-Papel_pediatra_diante_crianca_DificEscolar.pdf

 

Saiba mais:

 

Algumas condições de saúde e desenvolvimento que podem afetar o progresso de uma criança na escola

Dificuldades de aprendizagem específicas

  • Dificuldade em compreender ou usar a linguagem, causando dificuldades para ouvir, pensar, falar, ler, escrever, soletrar e/ou fazer matemática.

Coração, sangue e sistema circulatório

  • Sangramento relacionado ao nascimento prematuro no cérebro
  • Doença cardíaca congênita
  • Anemia por deficiência de ferro
  • Anemia falciforme
  • Distúrbios de coagulação sanguínea

Doenças infecciosas

  • Meningite/encefalite e infecções transmitidas de mãe para bebê

Trauma

  • Concussão ou traumatismo cranioencefálico com lesão cerebral
  • Abuso infantil e negligência
  • Estresse traumático

Exposição tóxica

  • Exposição pré-natal ao álcool  (FASD)
  • Chumbo e/ou outras toxinas ambientais
  • Uso de substâncias

Atenção, afetivo/humor, autismo e transtornos relacionados

  • Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH)
  • Depressão
  • Distúrbios de adaptação
  • Ansiedade generalizada , ansiedade de separação, fobia escolar
  • Transtorno do Espectro do Autista

Neurológico

  • Dificuldades intelectuais
  • Convulsões
  • Distúrbios de coordenação motora
  • Síndrome de Tourette

Social

  • Pobreza
  • Fome
  • Ausências escolares frequentes, evasão escolar
  • Problemas de saúde mental dos pais/família, uso de substâncias, violência doméstica
  • Separação e divórcio, morte de um ente querido
  • Má adequação entre escola ou professor-criança
  • Bullying, dificuldade em fazer amigos, cyberbullying
  • Implantação militar de um membro da família ou ente querido
  • Acolhimento/adoção

Sensorial

  • Problemas de visão
  • Perda auditiva

Dormir

  • Problemas de higiene do sono
  • Apneia obstrutiva do sono

Fala e linguagem

  • Linguagem expressiva receptiva e distúrbios da fala
  • Aprendendo inglês como segunda língua
  • Distúrbio de comunicação social

Doenças crônicas

  • Asma
  • Diabetes (tipo 1 e tipo 2)
  • Doença da tireóide
  • Eczema
  • Cárie dentária (cáries)

Relacionado ao câncer infantil

  • Crescimentos anormais ou efeitos neurológicos de tratamento prévio de quimioterapia ou radioterapia

Outro

  • Uma série de problemas adicionais podem variar desde efeitos colaterais de medicamentos até distúrbios genéticos complicados e anomalias congênitas. 
Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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