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De 1 a 7 de agosto é celebrada a Semana Mundial da Amamentação, e é quando se discutem os benefícios para a saúde da amamentação, sua baixa prevalência e por que deveria haver maiores esforços para promovê-la. Em uma recente reunião das Nações Unidas, funcionários do governo Trump tentaram, sem sucesso, diluir uma resolução internacional para promover o aleitamento materno e restringir a promoção de produtos alimentícios que possam prejudicar crianças pequenas.
Estas autoridades disseram que seus esforços visavam proteger a escolha das mulheres em fornecer nutrição para seus bebês, numa demonstração da grande força da indústria de alimentação infantil.
A amamentação foi a norma até o início do século XX, quando a fórmula infantil tornou-se disponível e seu uso aumentou, especialmente após a Segunda Guerra Mundial. O declínio do aleitamento materno tornou-se generalizado no Mundo, inclusive nos países pobres, onde a alimentação de bebês com substitutos do leite materno introduziu riscos significativos para sua saúde e sobrevivência. A partir da década de 1960, o aleitamento materno apresentou um aumento modesto, em parte devido às iniciativas da OMS e UNICEF para apoiar a prática, incluindo a Iniciativa Hospital Amigo da Criança e o Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno. Uma revisão recente da situação no mundo em desenvolvimento mostrou que a prevalência do aleitamento materno exclusivo entre crianças com menos de seis meses entre 1995 e 2010 aumentou apenas de 33% para 39%. No Brasil, 41% das mães amamentam exclusivamente até os seis meses, isso é o dobro da taxa registrada nos EUA, Reino Unido e China. Este avanço colaborou para a redução de mortalidade infantil nas últimas décadas.
A amamentação é reconhecida há décadas como a melhor maneira de alimentar bebês, com evidências científicas demonstrando consistentemente seus benefícios de saúde, psicológicos e até financeiros. O leite materno e a experiência da amamentação protegem os bebês contra desnutrição e infecções, representam uma oportunidade única de vínculo mãe-bebê e contribuem para o desenvolvimento cognitivo das crianças. A amamentação também protege a saúde a longo prazo da criança, reduzindo seu risco de obesidade e condições relacionadas, como diabetes e hipertensão, e protege as mulheres contra o câncer de ovário e de mama. Além disso, o leite materno não requer preparação especial, não expõe o bebê a água contaminada e não envolve nenhum custo financeiro direto. Embora as mulheres, e também todas as pessoas, devam sempre ser capazes de fazer suas próprias escolhas em questões que afetam sua saúde e bem-estar e de seus dependentes, as evidências sobre os benefícios da amamentação são tão fortes e consistentes que um consenso universal foi alcançado em alguns países.
Obviamente, existem casos individuais em que a amamentação pode não ser possível ou a alternativa preferida. Quando for esse o caso, as mães e outros responsáveis pela alimentação do bebê devem aprender a preparar a fórmula de forma segura e a oferecê-la de maneira a replicar, na medida do possível, a experiência da amamentação, por exemplo, garantindo o contato pele a pele e contato visual.
Existem múltiplos fatores que contribuem para a baixa prevalência e o lento aumento da prática mundial, como atitudes negativas em relação à amamentação em público e sua associação com “baixa classe” em muitas culturas, promoção insuficiente nos sistemas de saúde, falta de políticas de apoio à licença-maternidade e oportunidades para amamentar no local de trabalho e, muito importante, as agressivas campanhas da indústria de substitutos do leite materno. Investimentos e compromissos para melhorar as práticas de alimentação infantil têm um impacto crítico na vida das crianças. É por isso que esforços como a Semana Mundial da Amamentação, que desde 1992 tem realizado a promoção da amamentação, são essenciais.
As recomendações finais:
Saiba mais sobre amamentação:
Fonte: https://www.hsph.harvard.edu
As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.
Atualizado em 12 de dezembro de 2024