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O leite materno é o alimento ideal para o bebê, sendo recomendado do nascimento até os 6 meses de idade cronológica ou corrigida (em caso de prematuridade) de forma exclusiva (ou seja, sem água, chá, suco ou qualquer outro alimento líquido ou sólido) e de forma complementada com alimentos adequados para idade, a partir dos 6 meses até 2 anos ou mais.
Não é à toa que o aleitamento materno é recomendado por Organizações e Sociedades do mundo todo, como a Organização Mundial da Saúde, o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria. O leite materno contém todos os macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) e micronutrientes (vitaminas e minerais) que o bebê precisa para seu crescimento e desenvolvimento nesta fase (0-6 meses).
Quando o bebê passa a comer outros alimentos, o leite materno continua tendo sua importância, ofertando energia, proteína, gordura e todas as vitaminas; porém não atendendo mais de forma completa, por isso ele precisa de novos alimentos. Sabemos que há situações em que o aleitamento materno não é ou não foi possível. Por qualquer que seja o motivo, cada caso deve ser visto de forma muito individualizada com acolhimento, suporte e adequada prescrição para cada bebê e família.
Sendo um alimento tão perfeito, ele se adequa às necessidades nutricionais e calóricas do bebê desde os primeiros dias, apresentando diferentes fases.
O leite dos primeiros dias após o parto é conhecido como COLOSTRO. O colostro é considerado a primeira vacina do bebê – rico em moléculas bioativas, como fatores antimicrobianos e imunológicos (anticorpos). Ele também é composto por uma quantidade maior de vitamina A (por isso ele é mais amarelo), minerais e proteína e por uma quantidade menor de carboidrato e gordura. Como o estômago do recém-nascido ainda é bem pequeno, ele mama pequenos volumes várias vezes ao dia e o colostro é produzido atendendo essa capacidade, mas com uma grande carga de proteção. Muito interessante, não é mesmo?
Por volta do quinto ou sexto dia, o leite vai mudando de característica para atender esse bebê que vai crescer, recuperar o peso de nascimento e passar a ganhar, dia após dia. Nesta fase de transição (leite de TRANSIÇÃO), o leite ganha mais carboidrato e gordura e, gradualmente, ajusta o teor de proteína e minerais. Esta fase de transição e equilíbrio do leite pode durar de duas a três semanas.
O leite MADURO é o leite que acompanhará o bebê e não mais recém-nascido. Ele é composto por carboidrato, proteína, gordura, vitaminas, minerais e compostos ativos ideais para o bebê crescer e se desenvolver. Importante considerar que não existe leite fraco; o que pode acontecer são diferentes características entre mamadas e durante a mamada. O leite que desce primeiro, é mais rico em água, por isso ele pode apresentar uma cor mais clara e consistência mais fina; o leite do meio para o final da mamada é mais denso e esbranquiçado, contendo mais gordura e, consequentemente, mais energia.
O leite humano, assim como dos demais mamíferos, é um alimento vivo, ou seja, se ordenhado ele deve ser devidamente armazenado para não estragar e/ou azedar, não podendo ficar mais de duas horas exposto em temperatura ambiente. Se escorrer na roupinha do bebê ou da mãe, por exemplo, com o passar do tempo, ele ficará com um odor não tão agradável – cheiro azedo. Isso não quer dizer que o leite naturalmente tem cheiro e sabor azedo, quer dizer que ele pode ficar com cheiro e sabor azedo, se não bem armazenado ou em contato com pele e roupas por um tempo estendido.
Se tiver qualquer dúvida da amamentação, procure sempre o pediatra e todos os profissionais envolvidos neste processo.
Boa amamentação!