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Ferramenta criada por um pai de criança autista elimina barreiras na comunicação e inspira famílias em todo o país. Na imagens, Wagner Yamuto, seu filho Gabriel, e o logo do Matraquinha
O livro O futuro do autismo narra a experiência de Wagner Yamuto, idealizador do aplicativo Matraquinha, que surgiu da necessidade de seu filho Gabriel, um adolescente não verbal com autismo nível 3 de suporte. Essa história ilustra como tecnologia e afeto podem se encontrar, ao combinar recursos digitais e a compreensão profunda das dificuldades de comunicação enfrentadas por pessoas no espectro.
Gabriel utilizava fichários Pecs (Picture Exchange Communication System) na escola para indicar desejos e necessidades por meio de figuras. A cada perda de folhas ou dano ao material, ocorria a volta de crises de ansiedade, fruto da incapacidade de se fazer entender. Ao observar a importância desse sistema, Wagner percebeu que as tecnologias disponíveis poderiam atualizar o método e atender famílias que enfrentavam desafios parecidos. Então, com o apoio da esposa Grazyelle e do irmão Adriano, Gabriel desenvolveu o Matraquinha, um aplicativo que reproduz digitalmente as pranchas de comunicação e permite inserir áudios que representam a própria voz da criança ou expressões familiares.
A obra relata casos comoventes de pessoas que adotaram o Matraquinha. Uma mãe conta que descobriu a paixão do filho por pipoca, fato que passou despercebido por anos. Outra enfatiza que a filha com paralisia cerebral adquiriu maior autonomia ao comunicar suas necessidades fisiológicas no tempo certo. Esses relatos mostram o impacto de uma ferramenta criada “de dentro”, ou seja, a partir de vivências pessoais e não de teorias distantes da prática cotidiana.
Wagner destaca que o foco do aplicativo permanece no autismo, porque o volume de estudos e dados sobre TEA ajuda a melhorar recursos e atrair apoio. O Matraquinha é gratuito e prioriza simplicidade de uso, com ícones intuitivos e possibilidade de inserção de imagens familiares. Essa característica personalizável reduz barreiras para famílias que precisam de soluções rápidas e eficazes. O livro ressalta que a criação do app surgiu do amor de um pai que se recusa a enxergar a ausência da fala como barreira intransponível.
A história familiar de Wagner inclui a adoção de Agatha, filha mais nova, que impulsionou mudanças positivas no comportamento de Gabriel. Esse convívio estreitou laços e inspirou o desenvolvimento de outras iniciativas, como a plataforma Adoção Brasil, voltada a compartilhar informações para quem deseja adotar. A conjunção entre tecnologia, família e inclusão reforça a mensagem de que soluções concretas podem nascer do cotidiano, sem depender necessariamente de grandes laboratórios ou de investimentos iniciais robustos.
A obra descreve o Matraquinha como exemplo de ferramenta que evolui a partir da interação com usuários. Pais costumam enviar feedback sobre interfaces, sugestões de símbolos adicionais e novas frases para o banco de áudios. Esse diálogo promove atualizações que tornam o aplicativo mais abrangente. O livro menciona o interesse de investidores, que enxergam no Matraquinha um produto escalável com potencial para abranger outras realidades que envolvem comunicação alternativa.
Em várias passagens, a história de Wagner e Gabriel revela como a frustração pela falta de recursos de comunicação pode ser transmutada em motivação para encontrar soluções originais. O livro relata que, com o Matraquinha, Gabriel não só passou a expressar vontades de modo mais efetivo, mas adquiriu maior autonomia. Cada frase tocada na tela impulsiona a interação com a família, o que diminui episódios de irritabilidade e favorece a construção de vínculos afetivos. A família percebeu que a comunicação transcende palavras, pois envolve a sensação de ser ouvido e respeitado em suas especificidades.
A ampliação desse cenário depende de políticas públicas que incentivem a adoção de aplicativos similares em escolas e unidades de saúde, principalmente em municípios com recursos limitados. A adoção institucional do Matraquinha poderia aprimorar o trabalho de educadores, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos. Essa parceria multiplicaria o alcance do aplicativo e garantiria condições de comunicação digna para um maior número de pessoas no espectro ou em outras situações de deficiência que afetam a fala.
No final do capítulo dedicado ao Matraquinha, a conclusão aponta para uma lição maior: cada indivíduo no espectro possui potenciais que se manifestam quando há suporte e acolhimento. A criação de um recurso digital acessível e fácil de usar reforça o recado: não existe barreira que não possa ser repensada, adaptada ou até removida por completo.
Por Rede Galápagos
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mensagem enviada
Excelente trabalho, pois as famílias necessitam de informações reais e na visão das evidências científicas , para que possam apoiar seus filhos e outros
Bom dia
Gostaria de conseguir os livros, futuro do autismo; deficiências e limitações e o que tiver sobre a pesquisa da médica sobre adaptação e inclusão.
Sou médico mas principalmente pai de criança com autismo.
A intenção é comprar os livros, apenas gostaria de conseguir.
Não poderei ir infelizmente dia 27 a noite mas gostaria muito.
Obrigado
Carlos
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Boa leitura!
Atenciosamente,
Instituto Pensi.
Essa matéria foi um esclarecimento riquíssimos para a minha prática diária. Quero. Saber como acessar esse recurso, martraquinha. Juntos por uma inclusão real.
Obrigada
Heloisa Mara
Bom dia! magnífico trabalho. gostaria de saber como fazer para utilizaar esse aplicativo, Matraquinha.
Parabéns por disponibilizar materiais de suma importância para profissionais , pais..