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A adolescência é uma fase de crescimento acelerado e altas demandas nutricionais, exige atenção para a necessidade de uma alimentação variada e equilibrada. O consumo de alimentos ricos em proteínas, carboidratos integrais, gorduras boas, vitaminas e minerais é essencial para a construção muscular, saúde óssea e funções cognitivas (aprendizado e raciocínio). Para a maioria dos adolescentes, um cardápio com fontes de frutas, verduras, carnes, ovos, cereais, e derivados lácteos é suficiente para garantir a oferta nutricional necessária nesta fase da vida. Porém, há casos em que a exigência metabólica é aumentada sendo necessário complementar a alimentação com o uso de suplementos que oferecem nutrientes específicos.
Quando o adolescente pratica esportes regularmente, as demandas nutricionais aumentam para que que haja energia suficiente para o treino e também para a recuperação muscular. Para jovens atletas, é difícil um planejamento alimentar ou uma dieta que supra todas essas exigências. Neste caso, a suplementação nutricional é uma estratégia que visa complementar as necessidades. Assim surge a creatina, e destaca-se como uma das opções mais investigadas e seguras (Ortiz-Barroso et al., 2024).
A creatina é um composto naturalmente fabricado no organismo a partir dos aminoácidos glicina, arginina e metionina, sendo armazenada nos músculos e utilizada como fonte de energia rápida durante atividades de alta intensidade.
Embora possa ser encontrada em alimentos como carnes vermelhas e peixes, a quantidade obtida na dieta é insuficiente para melhorar o desempenho esportivo. Um estudo com jovens jogadores de basquete demonstrou que a suplementação de creatina, aliada a um treino estruturado, melhorou significativamente a força, potência e precisão nos arremessos (Vargas-Molina et al., 2022). Além disso, evidências científicas apontam benefícios da creatina na recuperação muscular e na prevenção de lesões, tornando-a um recurso valioso para atletas adolescentes que buscam melhor performance e recuperação pós-exercício (Ortiz-Barroso et al., 2024).
No que diz respeito à segurança, estudos recentes confirmam que a creatina não apresenta efeitos negativos significativos quando usada dentro das doses recomendadas, mesmo em adolescentes. De acordo com uma revisão publicada no Journal of the International Society of Sports Nutrition, não há evidências de que a creatina cause problemas renais, desidratação ou cãibras musculares (Antonio et al., 2024).
É importante reforçar que a creatina não substitui a alimentação rica e equilibrada. Para a maioria dos adolescentes, um cardápio bem planejado já é suficiente. O ideal é que o uso de creatina seja orientado por um nutricionista ou médico especialista, assegurando que ela seja utilizada no momento certo em quantidades adequadas. A base de uma boa performance sempre será a alimentação, o sono, o estilo de vida como um todo. Os suplementos devem ser vistos como aliados dentro de uma rotina alimentar bem planejada e um estilo de vida saudável.