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Num tempo onde denúncias de abuso sexual e violência frequentam as páginas de jornais e são mostradas nos noticiários de TV, achei importante trazer um artigo publicado na edição de dezembro de 2017 da revista Pediatrics.
Nesse trabalho, os autores informam uma associação entre o uso não médico de medicamentos prescritos (ou seja, uso sem receita médica ou de forma não intencional de uma medicação que exigiria prescrição, particularmente de opióides) aos estudantes do ensino médio e vitimização da violência no namoro, com algumas diferenças observadas entre homens e mulheres.
O estudo “Violência de encontros físicos e sexuais e uso não-médico de drogas prescritas” analisou os dados fornecidos pelo levantamento nacional de comportamento de risco da juventude de 2015. A amostra incluiu 10 mil jovens, metade homens e metade mulheres, que frequentavam escolas entre a 9a e 12a séries e que namoraram durante os 12 meses anteriores à pesquisa.
Em 2015, 10% dos alunos relataram terem sofrido violência física no namoro, enquanto 11% sofreram violência sexual. Entre os homens, o uso não médico de medicamentos prescritos foi associado à vitimização da violência sexual. Para as estudantes do sexo feminino, o uso não médico de medicamentos prescritos foi relatado com mais frequência com a forma física da vitimização da violência no namoro.
Os autores observam que os mecanismos por trás das associações são provavelmente complexos. Eles recomendam que os programas de prevenção destinados à violência no namoro incluam mensagens sobre o uso de substâncias, particularmente o uso não médico de medicamentos prescritos.
Não temos no Brasil o hábito de prescrever opióides para crianças e adolescentes, mas o uso deles pode ocorrer de forma legal ou ilegal. Efeitos similares poderiam ocorrer com uso de outras drogas e de álcool. Fica o alerta para os jovens e pais.
Saiba mais:
Fonte: Pediatrics November 2017
Physical and Sexual Dating Violence and Nonmedical Use of Prescription Drugs
Heather B. Clayton, Richard Lowry, Kathleen C. Basile, Zewditu Demissie, Michele K. Bohm
As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.
Atualizado em 18 de novembro de 2024