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A maneira como pais e cuidadores em geral se comportam na hora de oferecer refeições às crianças pode influenciar – e muito – na formação do hábito alimentar infantil. Na teoria, o ideal é que o adulto decida o que, quando e onde as refeições são oferecidas; cabendo às crianças a decisão de comer ou não, e do volume de alimentos consumidos. Esta divisão de responsabilidades faz parte do conceito de Cuidado Responsivo para alimentação, um conjunto de comportamentos que envolvem atenção e interesse pelo processo de alimentação da criança, com respeito aos seus sinais de fome e saciedade, às suas habilidades de comunicação e estímulo adequado para a alimentação independente.
A influência destes comportamentos sobre hábitos alimentares e saúde das crianças varia desde estímulo positivo para hábitos saudáveis de alimentação, desenvolvimento de habilidades sociais, aprendizado e autoestima; redução do consumo de doces, guloseimas e bebidas açucaradas; até prevenção de distúrbios psicossociais na adolescência. O cuidador responsivo participa mais dos momentos de refeições da família, estimula a autonomia e a independência da criança em todas as esferas de desenvolvimento, enquanto os cuidadores não responsivos preferem utilizar práticas como a restrição proibitiva ao consumo de alimentos, pressão para comer, recompensas, ameaças, castigos e/ou distrações durante as refeições.
No fundo, todos apresentam um pouco de cada comportamento, o responsivo e o não responsivo. O importante é reconhecer aqueles comportamentos que dominam o seu dia a dia, e tentar revertê-los em estímulos positivos para o seu filho!
Na prática, entretanto, esta é uma rotina que muitas famílias têm dificuldade em cumprir, sobretudo aquelas cujas crianças têm dificuldades alimentares. Algumas dicas para refletir sobre os comportamentos da sua família:
Como saber se está dando certo?
Tanto o cuidador como a criança perceberão que estão indo bem: a refeição transcorre no tempo adequado, com menos recusa e estresse, sem comportamentos coercitivos. Seu filho conseguirá exercitar sua independência para manusear e comer os alimentos, e controlar seu próprio apetite, interagindo com você de maneira agradável, com contato visual durante todo o processo, em posição relaxada e prazerosa.
Diversos estudos científicos mostram que famílias orientadas sobre como praticar o cuidado responsivo apresentam melhorias na qualidade da alimentação e comportamento das crianças frente à alimentação. Além, é claro, de reduzir o estresse dos pais e cuidadores e fortalecer o vínculo familiar.
Que tal testar na sua rotina? Conte com a nossa ajuda no Centro de Dificuldades Alimentares!
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Atualizado em 16 de outubro de 2024