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Histórias de Superação: o caso Benjamin
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Histórias de Superação: o caso Benjamin

Histórias de Superação: o caso Benjamin

27/01/2014
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Quando o Benjamin nasceu, eu e o meu marido notamos uma assimetria bem discreta na cabecinha dele. Perguntamos ao pediatra da maternidade e ele disse que era por causa da posição intra-uterina e que logo ficaria normal. Na primeira consulta com o pediatra, ele também não notou qualquer problema. Com o passar do tempo, ao invés de melhorar, ficou um pouco mais aparente.

Então, retornamos ao pediatra, que fez os exames e nos encaminhou ao neuropediatra. O Benjamin estava com 1 mês e meio.

Na consulta, a neuropediatra (Dra. Marcília Martyn) examinou o Benjamin todinho e disse que, neurologicamente, ele era uma criança normal, com todos os reflexos, movimentos e indicações normais, mas a assimetria craniana aparentava, pelo exame, ser o fechamento precoce de uma das suturas que os bebês têm no crânio. Eles têm essas suturas e as moleiras para que o cérebro possa crescer. O normal seria elas se fecharem ao mesmo tempo por volta dos 2 anos, mas, no caso do Benjamin, uma delas estava fechada. Ela acreditava que o Benjamin tinha cranioestenose. No caso dele, sem ligação com alguma síndrome.

No primeiro momento, ficamos em choque. Nunca tínhamos ouvido falar de cranioestenose. Quando a Dra. mencionou a palavra neurocirurgião, quase não acreditamos. Eu ainda estava de resguardo e receber uma notícia dessas foi aterrorizante.

Seria preciso realizar uma tomografia para confirmar ou não o diagnóstico de cranioestenose.

Fizemos a tomografia no Hospital Infantil Sabará e gostaria de ressaltar a qualidade e carinho com que realizaram o exame (graças a Deus o Benjamin dormiu e não precisou de anestesia, que é o procedimento normal). O resultado confirmou a suspeita da neuropediatra. Ele estava com plagiocefalia provocada pela cranioestenose, com fechamento da sutura coronal esquerda.

Por indicação, procuramos o Dr. Fernando Campos Gomes Pinto, principalmente por sua experiência com crianças pequenas. Na primeira consulta com ele, foi dito que a cirurgia seria realmente necessária para a correção da plagiocefalia causada pela cranioestenose na cabecinha do Benjamin, e a indicação, para que tivéssemos os melhores resultados, era que a operação fosse realizada até os 6 meses de vida. Gostamos muito do Dr. Fernando, sentimos muita confiança em tudo que ele disse. Não só confiança em sua competência médica, mas o tratamento gentil e carinhoso também cooperou para nos sentirmos um pouco mais amparados.

Escolhido o neurocirurgião, o passo seguinte foi escolher o Hospital Infantil Sabará. Sempre ouvimos falar muito bem do hospital e as recomendações para que a cirurgia fosse realizada lá, principalmente pela estrutura e preparo que possuem no trato com as crianças, foi fundamental. Somos muito gratos por termos tomado essa decisão.

A cirurgia

Benjamin estava com 4 meses e 29 dias. Internamos numa 2a feira à noite, e às 6h30 do dia seguinte vieram buscá-lo. Ele estava dormindo tranquilamente. Eu e meu esposo oramos com ele, pedindo a bênção de Deus e eu o levei em meus braços até o centro cirúrgico. Lá, coloquei a roupa de segurança e ficamos numa ante-sala, esperando nos chamarem. Ele acordou e estava faminto… Meu coração ficou disparado e partido por não poder amamentá-lo.

Ele estava de jejum desde a meia noite. Eu não sabia o que pensar, tensa, tentando acalmá-lo, brincando e tentando distraí-lo para que ele “esquecesse” um pouquinho a fome. Vieram nos chamar. Levei-o até a sala de cirurgia e ele, como sempre, abriu um sorrisão para a equipe que o aguardava. Pediram para colocá-lo sobre a cama, o deixando só de fraldinha. O anestesista começou a dar o “cheirinho” para ele adormecer e me explicou o que iria acontecer.

Depois disso, fui orientada a voltar para o quarto e aguardar o término da cirurgia lá com o Gilberto, pois seriam umas 4h de espera. Dei um beijinho no Ben, desejei um bom trabalho a todos e saí, deixando meu bebezinho de quase 5 meses naquela cama. Eu saí meio que chorando, atrapalhada, mil coisas na cabeça e ao mesmo tempo nada… Só queria voltar para o quarto e abraçar o Gil que ficou me esperando, para dar um abraço forte e chorar junto com ele.

Foram quase quatro horas de angústia, tensão, oração…. Horas intermináveis. A gente se olhava, abraçava, mas esperamos quietinhos, em silêncio. Nessas horas passam tantas coisas na nossa cabeça. A boca fica quieta, fechada, mas na mente são tantas coisas, medos, bobagens, por quês… É difícil saber o que pensar. Na verdade, o melhor é ficar falando com Deus. Pedindo o socorro e o conforto Dele.

Às 10h30, nos ligam do centro cirúrgico informando que o Dr. Fernando pediu para avisar que está tudo bem, a cirurgia tinha terminado e ele queria falar conosco.

Descemos correndo, para uma sala de espera… Na ânsia de informações mais detalhadas.

De repente, nos levam para a entrada do centro cirúrgico e o Dr. Fernando, e seu colega e também cirurgião Dr. Pedro, vêm em nossa direção com sorriso no rosto, dizendo que a cirurgia foi um sucesso, que o Benjamin estava ótimo, que ele não sangrou tanto como costuma ser nesse tipo de cirurgia…

De repente, vemos um bebezinho, acordado, olhando com uma cara meio brava, meio intrigada, rodeado de enfermeiros sorridentes, deitado numa cama de hospital com a cabeça enfaixada e com uma parafernália eletrônica e médica ligada ao seu corpinho… Sim, era o Benjamin que saía do centro cirúrgico acordado!

Na hora que eu o vi, saindo tão bem, me deu uma tremedeira e disparei a chorar de tanta emoção. Abracei meu esposo, agradeci aos médicos, e falei lá no fundo com Deus: – Obrigada, Senhor!

Foram 2 dias de UTI e no total 5 dias de hospital. Só temos elogios ao Hospital Infantil Sabará pelos cuidados conosco naqueles dias tão difíceis. As enfermeiras e os médicos de plantão nos trataram com muita, muita atenção e cuidado. O Benjamin ainda era amamentado exclusivamente, o Dr. Fernando disse que eu poderia continuar só com o mamá e os médicos e enfermeiras nos ajudaram muito. Em toda mamada a equipe me ajudava a pegá-lo e colocá-lo no meu colo (ele ficou cheio de fios, acessos etc). Foi uma experiência maravilhosa sermos tão bem tratados no hospital. Desde a UTI até a recuperação no quarto, fomos amparados e bem cuidados até a hora da alta.

 Na alta

Hoje, Benjamin está com 1 ano e 9 meses. É um menino feliz, superbrincalhão, crescido e leva a vida normalmente como toda criança saudável na idade dele. Agradecemos todos os dias a Deus por ter nos orientado a escolher as pessoas certas e o local certo para o tratamento da cranioestenose do nosso menino. São pessoas que, além da sua competência profissional, capacidade intelectual e conhecimento, também sabem compartilhar seu lado humano, empático e altruísta com o paciente e sua família. Isso faz toda a diferença! Não recebemos só a cura, recebemos também a amizade, o carinho e a certeza de que Deus fez parte disso tudo.

Leia também: Craniostenose: diagnóstico e o desenvolvimento da criança

Atualizado em 29 de maio de 2024

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