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A formação dos hábitos alimentares começa muito cedo, ainda nos primeiros anos de vida, e vai muito além de colocar comida no prato. Envolve rotina, vínculo, afeto e o modo como a criança se relaciona com o alimento. É nesse contexto que a Educação Alimentar e Nutricional (EAN) tem papel central: ajudar a criança e sua família a desenvolver escolhas mais conscientes, sem terrorismo alimentar e sem radicalismos.
Entre os desafios atuais, e um dos principais focos da educação alimentar, estão os alimentos ultraprocessados. São produtos alimentícios, elaborados com pouco ou nenhum alimento in natura, muitas vezes ricos em açúcar, sódio e gorduras, além de corantes, aromatizantes e conservantes. Biscoitos recheados, refrigerantes, salgadinhos e macarrão instantâneo são exemplos comuns que, quando consumidos de forma frequente, estão associados ao aumento do risco de obesidade, hipertensão, diabetes e até alguns tipos de câncer.
Por isso, é essencial compreender que os ultraprocessados não devem compor a rotina alimentar das crianças. Se forem consumidos, podem aparecer ocasionalmente. Uma educação alimentar bem conduzida ajuda as famílias a reduzirem a culpa, enquanto ensina as crianças a diferenciar o que deve estar no dia a dia e o que deve ser consumido em situações eventuais. É nesse equilíbrio que se constrói uma relação mais saudável e realista com a comida.
É neste sentido que torna-se ainda mais relevante abordar a educação alimentar e nutricional em todo ambiente no qual a criança está inserida, para proporcionar consciência sobre as melhores escolhas alimentares e estimular a autonomia. Falar de alimentação na infância não é só sobre nutrientes, não é sobre uma classificação ou outra, é também sobre comportamento. As refeições precisam ser momentos de convivência, prazer e aprendizado. Crianças que são incentivadas a experimentar sabores em um ambiente positivo tendem a construir uma relação mais saudável com a comida, ampliando seu repertório alimentar de forma gradual.
Assim, a Educação Alimentar e Nutricional, unida ao cuidado com o comportamento alimentar, prepara a criança para sua jornada alimentar durante toda sua vida com escolhas mais seguras, conscientes e coerentes com sua saúde e desenvolvimento. Não se trata apenas de ensinar o que comer, ou proibir, mas de formar cidadãos capazes de se relacionar de maneira equilibrada e prazerosa com a comida e com o ato de se alimentar.
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