O uso da ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea) em pediatria foi tema de destaque do 7º Congresso Internacional Sabará/PENSI de Saúde Infantil, com especialistas da Argentina, Brasil e Estados Unidos discutindo as aplicações dessa tecnologia em casos críticos de falência cardíaca e respiratória. A dra. Jamie McElrath Schwartz (Universidade Johns Hopkins), pondera:  “A ECMO salva vidas, mas deve ser usada com critério.” Foto: Rudah Poran/Galápagos.

O “Programa Teórico-Prático: ECMO em Pediatria”, evento já tradicionalmente disputado, proporcionou uma imersão no tema, com foco na troca de experiências internacionais, reuniu profissionais com diferentes experiências para debater o uso dessa terapia complexa, que salva vidas de crianças em estado grave. Segundo o Dr. Nelson Horigoshi, coordenador da Unidade de Terapia Intensiva do Sabará Hospital Infantil, o curso reflete o crescente interesse por esse tema no Brasil. “A presença de especialistas internacionais nos permite não só aprender, mas também comparar como a ECMO é aplicada em diferentes lugares. Essa troca de conhecimento é essencial para aperfeiçoarmos nossa prática”, destacou Horigoshi, ressaltando o papel da ELSO (Extracorporeal Life Support Organization) na padronização e certificação dos centros de ECMO.

Juan Manuel Torrillas, especialista em ECMO, apresentou a importância das simulações: “A simulação oferece um ambiente seguro para a prática.” Foto: Rudah Poran/Galápagos.

Visão internacional sobre ECMO

Entre os palestrantes internacionais, a Dra. Jamie McElrath Schwartz, professora-associada de Anestesiologia e Medicina Intensiva na Universidade Johns Hopkins (EUA), trouxe uma abordagem detalhada sobre o uso da ECMO em pediatria. Sua palestra, intitulada “Indicação e Contraindicação: ECMO ALERT”, destacou os critérios essenciais para a indicação dessa terapia em crianças com falência cardiorrespiratória.

Schwartz enfatizou que a ECMO é uma intervenção complexa, usada apenas quando há expectativa real de recuperação. “A ECMO salva vidas, mas seu uso deve ser criterioso, dado o risco envolvido e os recursos necessários, tanto em termos de profissionais altamente capacitados quanto de equipamentos caros”, explicou a médica. Ela também abordou a importância de uma estratégia eficaz de anticoagulação, ressaltando que esse aspecto é fundamental para garantir a segurança do tratamento.

Gisella Ponce, coordenadora de enfermagem ECMO no Hospital de Pediatria Juan P. Garrahan, em Buenos Aires: “Os enfermeiros desempenham um papel essencial no manejo da ECMO.” Foto: Rudah Poran/Galápagos.

Simulações no treinamento de ECMO

O cirurgião cardiovascular pediátrico Juan Manuel Torrillas, do Hospital Garrahan, em Buenos Aires, também contribuiu com uma palestra sobre a relevância das simulações no treinamento de equipes médicas especializadas em ECMO. Torrillas, que também é presidente de Comunicações da ELSO na América Latina, argumentou que simulações são cruciais para melhorar o desempenho técnico e a tomada de decisões em situações de alta pressão.

“A simulação oferece um ambiente seguro onde os profissionais podem treinar suas habilidades e se preparar para enfrentar situações reais com mais confiança”, disse Torrillas. Ele destacou que esse tipo de treinamento não só aprimora a técnica, mas também reforça o trabalho em equipe e a liderança, habilidades essenciais para o sucesso no uso da ECMO.

O papel da enfermagem na ECMO

A enfermeira Gisella Ponce, coordenadora do programa ELSO no Hospital de Pediatria Juan P. Garrahan, em Buenos Aires, trouxe a perspectiva da enfermagem especializada na condução da ECMO. Em sua palestra, Ponce destacou a importância do papel da enfermagem tanto no aspecto técnico quanto no humano.

“O enfermeiro especialista em ECMO precisa dominar os cuidados intensivos e as técnicas específicas da terapia, mas também deve ter sensibilidade para lidar com o paciente e sua família, estabelecendo uma conexão que facilite o tratamento em um momento tão delicado”, explicou Ponce. Ela frisou que a complexidade da ECMO exige profissionais altamente treinados, com competências técnicas e emocionais para oferecer o melhor cuidado possível.

Por Rede Galápagos

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