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Simpósio destacou palestras sobre choque séptico, monitorização neurológica e a história da UTI pediátrica no Brasil
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Simpósio destacou palestras sobre choque séptico, monitorização neurológica e a história da UTI pediátrica no Brasil

Simpósio destacou palestras sobre choque séptico, monitorização neurológica e a história da UTI pediátrica no Brasil

04/10/2024
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José Luiz Setúbal com o livro PELA VIDA — Os 50 anos da UTI pediátrica no Brasil e a história da UTI do Sabará Hospital Infantil, que está sendo lançado pela FJLES, Instituto PENSI e Sabará Hospital Infantil; atrás dele, quase encoberto, o neurologista Carlos Takeuchi;  no centro, Nelson Horigoshi; ao seu lado o professor João Carlos Batista Santana e, no canto direito da mesa, o pediatra intensivista Jefferson Piva. Foto: Rudah Poran/Galápagos

 

O Simpósio de Medicina Intensiva Pediátrica, parte do 7º Congresso Internacional Sabará-PENSI de Saúde Infantil, destacou importantes avanços no tratamento de emergências críticas em crianças. O pediatra intensivista Jefferson Pedro Piva apresentou os desenvolvimentos mais recentes na monitorização neurológica das crises convulsivas refratárias, classificadas por ele como “um grande desafio em emergência pediátrica”. Ele explicou como a tecnologia de monitoramento quantitativo, que transforma os dados do eletroencefalograma em gráficos coloridos, facilita a identificação das crises e permite ajustar o tratamento de maneira mais precisa, evitando a exposição desnecessária a medicamentos. O neurologista infantil Carlos Augusto Takeuchi também discutiu o estado de mal epilético, abordando a importância de uma rápida identificação e intervenção. Ele apresentou as ferramentas disponíveis na UTI pediátrica para o diagnóstico e tratamento desse quadro crítico.

Além disso, a professora Joelma Gonçalves Martin falou sobre a gravidade da sepse pediátrica, ressaltando o papel crucial da reposição volêmica e das drogas vasoativas no manejo do choque séptico. Ela enfatizou que o diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de sobrevivência das crianças. A Dra. Daniela Carla de Souza completou o debate ao apresentar os novos “critérios de Phoenix”, diretrizes mais precisas para o diagnóstico de sepse pediátrica. Esses critérios permitem intervenções mais rápidas e assertivas, ajudando a reduzir a mortalidade infantil associada à sepse. As discussões reforçaram a importância desses avanços para melhorar os resultados no cuidado intensivo de pacientes pediátricos.

O pediatra intensivista Jefferson Pedro Piva, referência nacional em medicina intensiva pediátrica, participou do Simpósio de Medicina Intensiva Pediátrica, parte do 7º Congresso Internacional Sabará-PENSI de Saúde Infantil. Em sua palestra, intitulada “Monitorização Neurológica do Mal Convulsivo”, ele abordou os avanços no diagnóstico e tratamento das crises convulsivas refratárias, um dos maiores desafios nas emergências pediátricas.

Piva destacou que as crises convulsivas refratárias, aquelas que não respondem aos tratamentos convencionais, estavam entre as principais causas de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) pediátricas. “Essas crises são um grande desafio por causa da dificuldade em determinar o estado de refratariedade, ou seja, se o paciente não está respondendo da forma esperada ao tratamento”, afirmou. Ele explicou que, anteriormente, o diagnóstico era baseado principalmente em sinais clínicos, como movimentos involuntários, mas isso não era suficiente. “Com o avanço dos recursos tecnológicos, como o eletroencefalograma tradicional com 21 canais, foi possível identificar que, mesmo sem sinais clínicos evidentes, muitos pacientes ainda estavam sofrendo crises eletroencefalográficas.”

Um ponto central da palestra foi o desenvolvimento da monitorização quantitativa, que transformou a análise das crises convulsivas. Piva descreveu como essa nova tecnologia revolucionou o diagnóstico e o tratamento: “Hoje, um programa de computador transforma as imagens do eletroencefalograma em gráficos coloridos, que vão do amarelo ao lilás escuro. Dependendo da cor, conseguimos identificar se há atividade elétrica cerebral compatível com convulsão, o que simplifica muito a interpretação.”

Ele destacou também que essa evolução permitiu um manejo mais eficiente dos pacientes. “A monitorização contínua nos ajuda a ajustar o tratamento em tempo real e a diminuir a exposição a drogas anestésicas que podem ter efeitos adversos.” Segundo Piva, o tratamento das crises refratárias passou de três ou quatro opções terapêuticas para quase dez. “Cada medicação atua em áreas diferentes do cérebro, e a monitorização nos permite avaliar a resposta a esses tratamentos com mais segurança.”  Piva afirmou que essa tecnologia proporcionou um avanço significativo no cuidado de pacientes pediátricos com crises convulsivas, otimizando tanto o diagnóstico quanto o tratamento em situações críticas.

Diagnóstico e tratamento precoces são essenciais no combate à sepse pediátrica,

A Dra. Daniela Carla de Souza, presidente do Instituto Latino-Americano de Sepse e uma das maiores autoridades em sepse e choque séptico na América Latina, abriu o Simpósio de Medicina Intensiva Pediátrica com a palestra intitulada “Choque séptico – critérios de Phoenix”, realizada no 7º Congresso Internacional Sabará-PENSI de Saúde Infantil. Durante a apresentação, a médica abordou as novas diretrizes para diagnóstico e tratamento da sepse em crianças, destacando a importância da identificação precoce da condição.

Formada em medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora e com mestrado e doutorado pela Universidade de São Paulo, a Dra. Daniela se especializou em Unidades de Terapia Intensiva Pediátricas, onde seu interesse por sepse surgiu. “É uma doença muito dinâmica, e se agirmos no momento certo, a resposta ao tratamento pode ser rápida e eficaz”, disse a médica.

A palestra focou nos chamados “critérios de Phoenix”, um conjunto de novos parâmetros lançados em janeiro de 2024 que visam melhorar o diagnóstico e manejo de sepse e choque séptico em pediatria. Segundo a dra. Daniela, os critérios anteriores, de 2005, eram muito amplos e não atendiam adequadamente às necessidades dos médicos e pesquisadores. “Esses novos critérios foram desenvolvidos para identificar com mais precisão as crianças com risco elevado de óbito, o que nos permite intervir e diminuir a mortalidade”, explicou.

A Dra. Daniela também reforçou que, embora os critérios de Phoenix sejam úteis para confirmar um diagnóstico, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível diante de qualquer suspeita clínica de sepse.

“Os pediatras precisam estar preparados para reconhecer e tratar rapidamente a sepse, pois isso pode ser crucial para salvar vidas”,

A professora Joelma Gonçalves Martin, especialista em medicina intensiva e emergências pediátricas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), foi uma das palestrantes do 7º Congresso Internacional Sabará-PENSI de Saúde Infantil, realizado em São Paulo. Sua apresentação, intitulada “Tratamento: reposição volêmica x drogas vasoativas”, ocorreu no dia 3 de outubro e abordou as particularidades do tratamento da sepse e do choque séptico em pacientes pediátricos, destacando a importância do reconhecimento precoce dessas condições para aumentar as chances de sobrevivência e reduzir sequelas em crianças.

Com mais de 27 anos de atuação como pediatra e cerca de 20 anos dedicados às áreas de emergência e terapia intensiva, Joelma trouxe ao evento uma perspectiva fundamentada em sua vasta experiência clínica e acadêmica. Atualmente, além de sua atuação na Unesp, ela é vice-presidente do departamento de emergências da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) e do Comitê Científico de Emergências da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Em sua palestra, a médica destacou a gravidade da sepse, que continua sendo uma das principais causas de mortalidade infantil no mundo, especialmente em países em desenvolvimento. “Os pediatras precisam estar preparados para reconhecer e tratar rapidamente a sepse, pois isso pode ser crucial para salvar vidas”, afirmou Joelma durante sua exposição. Ela também explicou que o tratamento adequado deve envolver a reposição volêmica, para corrigir a desidratação e melhorar a circulação sanguínea, e o uso de drogas vasoativas, em casos mais graves, para estabilizar a pressão arterial e evitar danos aos órgãos vitais.

Joelma enfatizou que o atraso no diagnóstico ou no início do tratamento da sepse pode resultar em complicações severas, como falência múltipla de órgãos e sequelas físicas e cognitivas duradouras. “Além da mortalidade, a sepse pode deixar consequências importantes nas crianças que sobrevivem, impactando tanto sua saúde física quanto seu desenvolvimento intelectual”, destacou. Para a professora, a formação contínua dos pediatras e equipes de UTI é essencial para melhorar os desfechos de pacientes críticos.

A última palestra do Simpósio de Medicina Intensiva foi conduzida pelo neuropediatra Carlos Augusto Takeuchi, chefe da Neuropediatria do Hospital Infantil Sabará, onde trabalha há 24 anos. Conhecido por sua habilidade em observar os pacientes nos mínimos detalhes, Takeuchi enfatizou a importância de “ficar literalmente de olho na criança” para evitar erros de diagnóstico. Ele explicou sobre os equipamentos de monitorização de crises convulsivas utilizados na UTI do Hospital Infantil Sabará, destacando a importância do reconhecimento e tratamento rápidos dessas crises.

Além disso, o neurologista abordou como os avanços tecnológicos auxiliam na investigação e tratamento de convulsões. Sua apresentação complementou o painel iniciado por Jefferson Piva, que discutiu a monitorização neurológica do Mal Convulsivo.

Formado em Medicina pela Santa Casa de São Paulo, com especializações em Pediatria e Neuropediatria, Takeuchi também é assessor científico do Instituto PENSI e colabora no projeto Eye Tracking, que identifica suspeitas de autismo. Ele se interessou pelo Transtorno do Espectro Autista (TEA) após o diagnóstico de seu filho caçula, o que o levou a um maior envolvimento na área. Após sua apresentação, Takeuchi participou do debate de encerramento ao lado de outros especialistas, como Nelson Horigoshi, Priscilla Felix, João Carlos Batista Santana e Jefferson Piva.

Por Rede Galápagos

 

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