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Em novembro participei das Conferências da Academia Americana de Pediatria, e como nas outras vezes que tomei parte, sempre me chamou a atenção a preocupação de mostrar a saúde global e a importância de conhecer um pouco sobre o tema
São Paulo recebe refugiados da África, do Oriente Médio, Da América do Sul e do Caribe. Basta andar pelo centro da cidade para vermos essas comunidades.
Noventa por cento das crianças do mundo vivem em países de baixa e média renda, onde as barreiras à saúde contribuem para doenças e morte na infância. A Academia Americana de Pediatria, em uma nova declaração de política, “O papel dos pediatras na saúde global“, descreve as barreiras como o mau controle de doenças infecciosas, desnutrição, falta de trabalhadores de saúde, conflitos armados, lesões e problemas de saúde ambiental.
Esta declaração de política, publicada na edição de dezembro de 2018 da Pediatrics, oferece informações sobre como a saúde global afeta a saúde local nos EUA, mas porque não dizer no Brasil também. Por exemplo, ameaças globais emergentes, como vírus Ebola da África ou a Zica que veio da Ásia para o Brasil, está aparecendo nos Estados Unidos e em outras regiões do Mundo – e desempenhando um papel na saúde local.
Os pediatras em São Paulo cuidam rotineiramente de imigrantes, refugiados, pessoas que não falam português e adotados internacionais que, muitas vezes, têm necessidades especiais de saúde muito parecidas com crianças de países de baixa e média renda.
A AAP recomenda que os pediatras tenham acesso a treinamento em saúde global, incluindo a saúde de imigrantes e refugiados, uma apreciação das diferenças culturais, gerenciamento de desastres, considerações éticas e estudos de linguagem. Tanto no Sabará Hospital Infantil, como na Santa Casa de SP, onde fui Provedor por 1 anos, e que estão situados na região central de São Paulo, temos atendimento desta população, em maior ou menor grau.
A declaração também incentiva a formação pediátrica em questões de saúde da comunidade, tais como estratégias de prevenção e tratamento de doenças comuns em países de baixa e média renda. O treinamento pré-viagem também é importante.
Os pediatras são encorajados a serem informados sobre as melhores práticas relativas ao trabalho médico internacional, por exemplo, a melhor forma de trabalhar com parceiros locais para garantir a conscientização e o respeito pela ética da saúde global. Os autores recomendam a ação dos pediatras para melhorar a saúde e o bem-estar de todas as crianças do mundo.
Neste momento no Norte do país, temos acampamentos de refugiados com centenas de crianças necessitando ajuda para sua saúde, nós como Fundação dedicada à saúde infantil, estamos estudando como podemos fazer ajuda humanitária à essas crianças.
Saiba mais no blog do Hospital Infantil Sabará:
Autor: Dr. José Luiz Setúbal
Fonte: Pediatrics November 2018
From the American Academy of Pediatrics
The Role of Pediatricians in Global Health
Parminder S. Suchdev, Cynthia R. Howard, SECTION ON INTERNATIONAL CHILD HEALTH
As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.