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Preferências alimentares são estabelecidas durante os primeiros anos da infância, e fatores como a exposição ao leite materno, o momento de introdução de alimentos sólidos, e os tipos dos primeiros alimentos oferecidos são fatores com um papel importante no que estabelece as bases para hábitos alimentares saudáveis no restante da vida deste indivíduo.
Com isso em mente, um estudo publicado na Pediatrics de junho de 2017, “Tendências no consumo de alimentos e bebidas entre bebês e crianças pequenas: 2005-2012“, mostra as tendências recentes no consumo de alimentos e bebidas entre lactentes e crianças do nascimento até os 23 meses de idade, utilizando dados do National Health and Nutrition Examination Survey, órgão do governo americano.
O estudo mostra que, embora tenha havido algumas melhorias nos últimos anos nas dietas das crianças americanas, elas continuam a ficar aquém das atuais recomendações de alimentação em algumas áreas importantes. Os pesquisadores estimam que cerca de 60% das crianças entre 0 e 5 meses não consumiram leite materno. No entanto, eles encontraram uma diminuição na alimentação complementar, incluindo o consumo de alimentos sólidos, entre os bebês de 0 a 5 meses, o que está alinhado com a orientação da Academia Americana de Pediatria (AAP), que recomenda a amamentação exclusiva durante os primeiros seis meses de vida, e só então introduzir alimentos sólidos. Pena que a recomendação sobre a amamentação com leite materno não é seguida.
Para as crianças um pouco maiores, particularmente alguns grupos raciais ou étnicos (como negros não-hispânicos), o consumo de frutas ou vegetais está muito aquém da recomendação da AAP. Além disso, as fontes de ingestão de vegetais podem ser subótimas: os dados mostraram que uma criança de 1 ano de idade era mais propensa a comer batatas fritas do que verduras verde-escuras no seu dia a dia.
O estudo encontrou uma boa notícia em que o consumo de suco de frutas diminuiu entre os lactentes, e que as crianças americanas mexicanas com idades entre 12 e 23 meses estão bebendo refrigerante menos frequentemente.
Os pesquisadores afirmam que estes resultados mostram que é necessária mais educação para pais e cuidadores sobre hábitos alimentares saudáveis para crianças pequenas. Dizem ainda que as dietas para estas crianças devem ser monitoradas por médicos para orientações dietéticas para bebês e crianças de até 24 meses.
Acredito que os mesmos problemas são encontrados no Brasil, onde é comum ver, em todas as faixas sociais, crianças com pacotes de bolachas, salgadinhos e mamadeiras com refrigerantes. Talvez entre nós prevaleça uma maior taxa de aleitamento materno. Buscamos levar informações de criação de bons hábitos alimentares com matérias periódicas no nosso Blog, muitas escritas pela nossa equipe do Centro de Dificuldades Alimentares, liderado pelo professor Mauro Fisberg e em encontros, como Pais & Pães.
Leia também: A criança e a alimentação
Fonte: Pediatrics – May 2017
Trends in Food and Beverage Consumption Among Infants and Toddlers: 2005–2012
Gandarvaka Miles, Anna Maria Siega-Riz
As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.
Atualizado em 22 de outubro de 2024