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Ser voluntário na internação
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Ser voluntário na internação

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09/04/2013
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No início, temos receio de como será a nossa interação com a criança. Como voluntário da internação, surgem as perguntas: “O que conversar com uma criança?”, “Como perceber que a criança não quer mais brincar?”, “Será que vou conseguir fazer com que ela se divirta?”, entre outros questionamentos. Afinal, não existe uma receita ou protocolo de “como divertir uma criança”.

Porém, cada um desenvolve um jeito próprio de agir com as crianças no decorrer no tempo. Cada uma age de uma forma diferente, independente da idade. Cada uma tem um jeito único de brincar, pintar e possui atividades preferidas muito bem estabelecidas. Muitas vezes, uma criança de 5 anos gosta de assistir “Violetta” e consegue pintar “sem sair da linha”, enquanto outra de 9 anos gosta de assistir “Dora a Aventureira” e não se importa em pintar “fora da linha”. Por isso, quando entramos em um quarto, devemos manter a mente aberta para as surpresas que podem nos aguardar e não deixar as brincadeiras pré-estabelecidas apenas julgadas pela idade ou sexo. Afinal, ser voluntário da internação é ser surpreendido toda vez em que se abre uma porta.

A propósito, citei anteriormente “Violetta” e “Dora a Aventureira”, porque um voluntário da internação simplesmente se torna expert em desenhos e séries infantis. Violetta, Boa Sorte Charlie!, Backyardigans, Disney Junior, Dora a Aventureira, Bob Esponja, Os Pinguins de Madagascar, Ben10, Monster High, O Clube das Winks, Jessie e Carrossel, são apenas alguns exemplos do que um voluntário da internação acaba absorvendo no decorrer dos meses.

Além de descobrirmos o que as crianças gostam e não gostam, também desenvolvemos habilidades como brincar, pintar e conversar. Conversar sobre a escola, os amigos, os irmãos, as brincadeiras favoritas, os bichos de estimação e o período de internação fazem com que a criança revele alegrias e angústias. Isso também nos proporciona o melhor conhecimento e o ganho da confiança dela. Dessa forma, nos tornamos pessoas mais próximas de sua realidade, não apenas um adulto que “trabalha de brincar” no hospital, que apareceu de repente e logo partirá novamente.

Enfim, nós, voluntários da internação, temos alguns instrumentos que, quando usados, podem transferir uma criança de um quarto hospitalar com médicos, enfermeiros e procedimentos, para um quarto comum em um lugar qualquer com um amigo com alguns anos a mais do que os habituais.

Saiba como ser um voluntário.

Por: Aline Ap. de Souza, voluntária no Hospital Infantil Sabará

Atualizado em 25 de abril de 2024

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