PESQUISAR
Diagnóstico e manejo do choque séptico e monitorização neurológica no mal convulsivo são temas de destaque no Simpósio de Medicina Intensiva Pediátrica. Imagem do livro PELA VIDA — Os 50 anos da UTI pediátrica no Brasil e a história da UTI do Sabará Hospital Infantil. Foto: Mário Rodrigues. A obra será lançada no Simpósio de Medicina Intensiva Pediátrica, em 3 de outubro, primeiro dia do 7º Congresso Internacional Sabará/PENSI de Saúde Infantil.
O Simpósio de Medicina Intensiva Pediátrica, que acontecerá no 7º Congresso Internacional Sabará-PENSI de Saúde Infantil, promete trazer atualizações essenciais e abordagens inovadoras no cuidado intensivo pediátrico. Esse evento é especialmente projetado para médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde que atuam em unidades de terapia intensiva pediátrica e buscam se atualizar sobre as melhores práticas e os avanços mais recentes na área. O livro PELA VIDA — Os 50 anos da UTI pediátrica no Brasil e a história da UTI do Sabará Hospital Infantil será lançado no simpósio. Com concepção e leitura técnica dos médicos Nelson Horigoshi e Regina Grigolli Cesar, o livro narra a origem das UTIs pediátricas, destacando como crises respiratórias na epidemia de poliomielite nos anos 1950 impulsionaram avanços em ventilação, anestesiologia e cuidados intensivos. No Brasil, o Hospital das Clínicas da USP inaugurou em 1974 a primeira UTI pediátrica com equipe dedicada e ensino para residentes. O livro homenageia os profissionais que, há 50 anos, se dedicam ao cuidado intensivo de crianças, incluindo a primeira UTI pediátrica privada do país, no Sabará Hospital Infantil.
Destaques do Simpósio de Medicina Intensiva Pediátrica
O simpósio contará com palestras de renomados especialistas que trarão conhecimentos atualizados e casos práticos sobre o manejo de condições críticas em pacientes pediátricos. Entre os palestrantes, destaca-se Daniela Carla de Souza, da Universidade de São Paulo (USP), que abrirá a programação com a palestra “Choque séptico — critérios de Phoenix”. Daniela é uma das principais referências na América Latina em choque séptico e se destaca por suas numerosas publicações científicas sobre o tema. Sua apresentação abordará os critérios mais recentes para o diagnóstico e manejo do choque séptico, oferecendo uma visão atualizada e prática para os profissionais presentes.
Joelma Gonçalves Martin, da Unesp de Botucatu, também é uma das palestrantes de destaque do simpósio. Ela conduzirá a sessão intitulada “Tratamento: reposição volêmica x drogas vasoativas”, explorando as melhores estratégias para o tratamento do choque séptico em crianças. Joelma é conhecida por sua experiência clínica e pela capacidade de traduzir conhecimentos complexos de maneira acessível e aplicável no dia a dia dos profissionais de saúde.
Outro ponto alto do simpósio será a contribuição de Jefferson Piva, da Academia Brasileira de Pediatria e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que abordará “Monitorização neurológica no mal convulsivo”. Piva é reconhecido como uma grande referência neurológica, e sua palestra irá focar em estratégias para o manejo de pacientes em estado de mal convulsivo, com ênfase na monitorização avançada e intervenções necessárias para otimizar os resultados clínicos.
Carlos Augusto Takeuchi, do Sabará Hospital Infantil, complementará essa sessão com a palestra “Visão do neurologista”, em que trará insights sobre as abordagens neurológicas mais recentes e relevantes no contexto da medicina intensiva pediátrica. Sua experiência no cuidado de pacientes pediátricos com condições neurológicas complexas irá agregar valor significativo à discussão e ao aprendizado dos participantes.
Sepse e os critérios de Phoenix
Um dos grandes desafios para profissionais médicos no atendimento de pacientes com sepse ou em choque séptico é o diagnóstico rápido da doença. Para tentar acelerar a tomada de decisão, um fator crítico no sucesso do tratamento da sepse, a Society of Critical Care Medicine (SCCM) publicou, em janeiro deste ano, uma série de novos parâmetros. Chamado de Critérios de Phoenix, o documento estabelece um novo conceito de sepse para a população pediátrica (disfunção orgânica potencialmente fatal no contexto de uma infecção suspeita ou confirmada), assim como novos critérios diagnósticos (Escore de Sepse de Phoenix). Para falar sobre o tema e o que ele representa no combate à sepse, o Simpósio de Medicina Intensiva Pediátrica contará com a presença da pediatra Daniela Carla de Souza, mestre e doutora em ciências pelo Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e atual presidente do Instituto Latino-Americano de Sepse.
Reposição volêmica x Drogas vasoativas
Condutas de tratamento para pacientes em choque séptico também serão tema de apresentação no Simpósio de Medicina Intensiva Pediátrica. Para falar sobre o uso de reposição volêmica e de drogas vasoativas, a palestrante convidada é Joelma Gonçalves Martin. Professora assistente doutora da disciplina de medicina intensiva e emergências pediátricas da Faculdade de Medicina de Botucatu-Unesp, Joelma é também vice-presidente do Departamento de Emergências da Sociedade de Pediatria de São Paulo e do Comitê Científico de Emergências da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Monitorização neurológica no mal convulsivo
Uma das principais causas de internação em UTIs pediátricas, as crises convulsivas refratárias representam um desafio para os médicos intensivistas pela dificuldade em determinar o diagnóstico correto e a conduta de tratamento. Em sua participação no Painel de Medicina Intensiva, o pediatra intensivista Jefferson Piva abordará a importância das novas tecnologias no monitoramento neurológico e como elas ajudam a identificar o tratamento mais efetivo. “Com o nível de segurança dos medicamentos que temos à disposição hoje em dia, fica muito difícil fazer um voo cego”, explica Piva, que é professor titular de pediatria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e coordenador das Áreas Pediátricas do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. “Os equipamentos mais modernos de monitorização nos permitem avaliar continuamente o tratamento para atingir melhores resultados mais rapidamente e diminuir a exposição do paciente a certas drogas.”
Estados de mal epilético
Com a intenção de esmiuçar as condições para reconhecimento, investigação e tratamento dos estados de mal epilético, o neurologista infantil Carlos Augusto Takeuchi apresentará a palestra “A visão do neurologista”. Formado em medicina pela Santa Casa de São Paulo desde 1995, com residências em pediatria e neuropediatria, Takeuchi trabalha há 24 anos no Sabará Hospital Infantil, onde atualmente ocupa o cargo de chefe da Neuropediatria. Assessor científico do Instituto PENSI, ele também avalia crianças identificadas com suspeita de autismo pelo projeto Eye Tracking.
Em sua palestra no Simpósio de Medicina Intensiva, ele falará especificamente sobre o estado de mal epilético. “A ideia é abordar o que temos na UTI do Sabará em termos de monitorização das crises com aparelhagem, tratamentos e velocidade de tratamento”, adianta o médico. ”É um tema bastante técnico e é fundamental entender o que temos à disposição para fazer o reconhecimento, a investigação e o tratamento desse mal.” Depois da palestra, ele participará também do debate “Manejo do paciente em estado de mal convulsivo”, juntamente com os médicos Nelson Horigoshi, Priscilla Felix, João Carlos Batista Santana e Jefferson Piva.
Conheça mais detalhes sobre esse e outros seminários do 7º Congresso Internacional Sabará-PENSI de Saúde Infantil.
Por Rede Galápagos
Leia mais
Mal convulsivo, um grande desafio em emergência pediátrica
ECMO em situações críticas de tratamento infantil
Milhões de crianças são salvas pela ECMO todos os anos
Como fica a saúde das crianças diante da emergência climática?
A mudança climática no radar dos profissionais de saúde infantil
7º Congresso Sabará-PENSI terá programação especial para residentes de pediatria
Espaço Urbano e Saúde — Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo
O meio ambiente e o comportamento nas cidades são desafios para a pediatria