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O novo ano chegou e, com ele, as tão esperadas férias. Por isso, este é o mês em que a Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) promove a campanha “Janeiro Bronze – Cuidados com as crianças no verão”, com o objetivo de alertar para a prevenção dos pequenos ao excesso de exposição ao sol durante a estação.
Com o calor e as férias, é normal que as crianças passem mais tempo ao ar livre, o que requer uma série de cuidados por parte dos pais e cuidadores. A nossa pele acumula os efeitos da exposição solar ao longo da vida, mas, cerca de 75% desse total ocorre até os 20 anos de idade, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria.
Por isso, quando falamos em proteger os pequenos, estamos cuidando desde cedo para prevenir efeitos que poderão se manifestar já na vida adulta, como o câncer de pele. “A radiação solar vai se acumulando na pele e causando mutações nas células. O câncer de pele costuma aparecer por volta dos 40, 50 anos de idade, ou aos 30 anos, quando precocemente”, informa a dermatologista Carolina Contin, do Hospital Infantil Sabará.
Durante os seis primeiros meses de vida, os bebês não devem ser expostos diretamente ao sol. Depois, deve-se fazer o uso do protetor solar infantil, complementando com acessórios como roupas adequadas, chapéus e guarda-sol. Além disso, é importante observar os horários de exposição (até às 10h e após as 16h) e a duração deles, nunca deixando a criança por muito tempo no sol.
Segundo a Dra. Carolina, também é importante que os pequenos utilizem protetores adequados para a sua faixa etária, evitando, assim, outros possíveis problemas de pele. “Os protetores infantis – que chamamos de físicos – causam menos alergia na criança porque fazem como se fosse uma película na pele, que reflete a radiação. O produto não penetra na pele, por isso é sempre mais grosso e difícil de tirar. Já nos protetores para adultos, a radiação vai ser modificada no componente químico para não causar a queimadura. São mecanismos de ação diferentes. Por isso, os infantis são menos alergênicos”, explica.
A dermatologista diz ainda que há outras condições que fazem algumas crianças serem mais propensas ao risco de desenvolver câncer de pele no futuro. “Quanto mais clara a pele, os olhos e os cabelos, menos melanina. Então, é como se a criança tivesse menos ‘proteção natural’ contra a radiação solar e, por isso, precisa de mais cuidados ainda. Mas crianças negras também devem usar protetor sempre, mesmo que o risco seja menor.”
Vitamina D
Uma questão que preocupa os pais e cuidadores é a exposição ao sol para ajudar na síntese de vitamina D, mas a médica lembra que não é necessário deixar a criança “por horas no sol” para isso. “Não é necessário muito tempo para produzir adequadamente vitamina D, entre 15 e 20 minutos são suficientes, e não precisa ser o corpo inteiro. Por exemplo, se a criança estiver só com a perninha no sol, com um shortinho e o resto coberto, ela vai sintetizar a vitamina D.”
Além disso, a Dra. Carolina acrescenta que uma queimadura solar na pele dobra o risco de câncer no futuro. “Às vezes a gente fala ‘ah, só queimou uma vez’, mas isso já faz mal. O que orientamos não é contra o sol, e sim fazer uma exposição controlada. Então, se for ficar mais do que meia hora no sol, não importa qual horário exatamente, o ideal é estar protegido”, complementa.