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No início de julho, o Ministério da Saúde anunciou que substituirá, gradualmente, a vacina contra a poliomielite de via oral (VOP) pela versão inativada (VIP). Entretanto, o Zé Gotinha – símbolo histórico da importância da vacinação no Brasil – continuará na missão de sensibilizar crianças, pais e responsáveis de todo o país, participando das ações de imunização e campanhas do Governo Federal.
O Brasil registrou seu último caso de poliomielite em 1989. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu, em 1994, que o país tinha eliminado o vírus da paralisia infantil (como a pólio também é chamada) em todo o território nacional. Mesmo assim, as crianças devem continuar sendo vacinadas contra a doença, ainda que o vírus não tenha sido detectado há mais de 30 anos em terras brasileiras.
A cautela se justifica por uma série de motivos:
O Brasil registra quedas na cobertura vacinal contra a pólio desde 2016. Segundo o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), as doses previstas para a vacina inativada contra a pólio atingiram a meta pela última vez em 2015, quando a cobertura foi de 98%. Depois de 2015, a adesão despencou. Desde 2016, o país não ultrapassa a linha de 90% de crianças vacinadas. Em 2019, caiu para 84%; em 2020, muito em razão da pandemia de covid-19, o índice chegou a 76% dos bebês imunizados. Em 2021, o porcentual foi 69%.
A causa para essa queda é multifatorial e não deve ser atribuída somente à pandemia. Entre as razões apontadas estão:
O Ministério da Saúde informou que a substituição será gradual nos postos de saúde de todo o Brasil. Segundo a pasta, a VIP – aplicada via injeção e já utilizada nas três primeiras doses do esquema de imunização – estará disponível também para a dose de reforço, aplicada aos 15 meses, a partir de 2024. A quinta dose, dada aos 4 anos, deixará de existir.
A recomendação foi debatida e aprovada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), que considerou as novas evidências científicas para a proteção contra a poliomielite. Segundo o Ministério da Saúde, foram analisados critérios epidemiológicos, evidências relacionadas à vacina e recomendações internacionais sobre o tema.
Não deixe de vacinar suas crianças contra a pólio e nem contra outras doenças preveníveis pela imunização. A vacina é a forma mais segura de evitar essas doenças.
A Fundação José Luiz Egydio Setúbal tem com uma de suas três prioridades de advocacy a imunização infantil, que também será tema do nosso 5° Fórum de Políticas Públicas a ser realizado em outubro deste ano.
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