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BIRRAS POR QUE TÊ-LAS?
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BIRRAS POR QUE TÊ-LAS?

BIRRAS POR QUE TÊ-LAS?

21/04/2016
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A cena é fictícia, mas baseada em fatos reais: Uma criança está em uma loja de brinquedos e se encanta por um lindo caminhão, se gruda na embalagem e quando os pais tentam devolve-lo à prateleira… 3, 2, 1: a próxima cena é previsível, a criança se joga no chão e começa a chorar e gritar. Em seguida, segue os olhares de desaprovação e os pais se veem petrificados diante daquilo que sempre criticaram nos filhos dos outros. Nesta hora, eles só têm duas opções: ceder, comprando o bendito brinquedo e acabar com o escândalo, ou enfrentar o choro e saírem da loja da mesma forma que entraram… de cabeça erguida.

Se os pais optarem pela primeira alternativa o ponto é para a criança que entende que, sempre que chorar, gritar e espernear, o ganho é certeiro. Já se for a segunda opção, o ponto é para os pais que passam a mensagem direta de que são eles que decidem o dia e a hora de dar presente e que, com choro, nesta família, não se ganha nada!

No entanto, a pergunta que não se cala é constante:  por que as crianças fazem birras?

A resposta é simples: por que faz parte do desenvolvimento. O que não significa que estas devam ser aceitas e encaradas como algo passageiro. Só passa se não forem reforçadas. Quantos adultos vocês conhecem até hoje que ganham tudo no grito?

Vamos entender como procede a fase dos “pitis”:

Antes de um ano, o bebê sempre que chorava era atendido em suas “simples” vontades: Mamar, trocar e nanar. A partir de um ano, ele ainda tem muita dificuldade em esperar pelo que quer. Vamos supor que agora ele não mama mais peito, então ele precisa esperar esquentar o leite e colocá-lo na mamadeira. Esses breves minutos podem ser uma eternidade, pois quando quer algo, para ele, tem que ser na hora. As crianças pequenas não têm noção de tempo, e poucos minutos podem ser uma eternidade. Mas com um ano, sim elas já podem esperar, pois entendem ordens simples: “ Filho a mamãe está preparando a sua mamadeira” ou   “A mamãe vai esquentar o leite”. Isto não significa que ele vai aceitar de bom grado ter que esperar para conseguir o que anseia.

Daqui para frente, as demandas externas exigirão da criança algo que ela ainda não tem: Paciência. Tudo tem que ser na hora e por isso é tão difícil trocar a fralda no trocador quando, na realidade ela quer correr e brincar. No mundo lá fora,  o tempo faz parte da vida e, as primeiras referências deste conceito, vem diretamente dos pais.

As birras entram em cena neste momento: quero agora e se não me dão, não consigo expressar a minha insatisfação, impaciência e frustração de outra maneira, a não ser usando o meu corpo para isso. Nesta hora se jogam no chão, se debatem, às vezes agridem os que estão à sua volta, gritam e esperneiam.  Entre 1-3 anos a criança ainda não tem condições de  expressar os seus sentimentos e sensações, através da linguagem e assim a birra entra como uma forma rudimentar de comunicação. É aí que os pais devem entender que isso faz parte, mas, é importante saber que, o “não” plantado hoje somente será colhido lá na frente.  Ex. A criança vai almoçar e viu um chocolate. Quer por que quer comer agora. Não se convence uma criança pequena (nem grande) que chuchu com abobrinha é melhor que um doce. Não é um processo de convencimento. É nesta hora que prevalece o que o adulto quer e espera dela e não se fazer valer única e exclusivamente da vontade (compreensível) de um “toco” de gente que já sabe o que deseja, mas ainda não sabe do que precisa!

Então como se deve agir: O principal é NÃO atender às vontades da criança na hora da birra. Por outro lado, é importante que se traduza em palavras _ quando esta se acalmar_ o que ela estava tentando expressar com aquela “inadequada” ação.

“ Entendo que você ficou muito bravo com a mamãe porque não pôde levar o caminhão, mas hoje não é dia de comprar brinquedo”.

“Você não gostou que o papai tirou o chocolate da sua mão, mas era a hora de almoçar, agora que você comeu tudo estou te devolvendo-o”.

Ter filhos que saibam esperar torna tudo mais agradável. Mas isso não nasce pronto com eles. Somente dando a oportunidade de eles viverem o “tempo de espera” é que terão condições de, futuramente, serem mais pacientes e tolerantes. Por enquanto a birra faz parte, sendo um meio para se chegar há um fim…sem gritos e escândalos!

Déborah Moss

Déborah Moss

Déborah Moss Psicologa, formada pela PUC- SP em 1998 Mestre em Psicologia do Desenvolvimento- USP Especialista em Neuropsicologia CEPSIC-HC Mãe de três filhos- ARIEL 12 anos, PATRICK 8 anos e ALICIA 4 anos.

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