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Brincadeira de “mentirinha”
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Brincadeira de “mentirinha”

Brincadeira de “mentirinha”

27/01/2016
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O faz-de-conta das brincadeiras das crianças são de verdade. Quando as crianças brincam elas estão vivenciando de verdade aquela experiência, nada é de “mentirinha”. Mas e os brinquedos? E as experiências fora da brincadeira?

Durante as férias escolares tivemos a programação de férias da Casa Ubá: foram 5 semanas recebendo crianças de 3 a 10 anos vindas de diversas escolas. Tivemos uma rotina diferente, pois normalmente atendemos grupos de crianças que vem todas as semanas num trabalho continuo (crianças e famílias que já nos conhecem e que tem intimidade com a casa). Nas semanas de férias vivenciamos o inverso muitas das crianças não se conheciam, não nos conheciam e nem à casa. Com cada uma das famílias fizemos o acolhimento para recebe-las de modo singular. Os encontros entre as crianças normalmente são fluidos e num contexto que lhes é propício para brincar.

Apresentamos a casa para quem chegava e foi assim que no meio de tantas famílias diferentes que conhecemos que notamos falas em comum “Meu filho vai adorar este telefone de verdade pra brincar”, “Aqui eles brincam com objetos de verdade?” “Ele pode pegar esta torneira, ou estava ali sem querer?” “As crianças que fazem o lanche?”.

Quando se trata de brincadeiras de faz-de-conta muitas vezes as crianças brincam com os que imitam o real, mas são feitos de outros materiais, normalmente de plástico. A diferença na textura, nas cores e mesmo no cheiro dos materiais não era comum para muitas crianças. E de fato os brinquedos na Ubá que são mais disputados pelas crianças são os “brinquedos de verdade”. É claro, pois a brincadeira fica mais real se a pia da casinha tiver uma torneira de verdade, se o telefone for um daqueles antigos e se ao invés daqueles panelinhas de plástico rosa usarmos panelas de metal.

Não são só os “brinquedos de verdade” que lhes chamava atenção, mas as ações das crianças que também poderiam ser de verdade. Ajudar a descascar uma banana, cortar maça, preparar a mesa com copos e pratos para todos…O momento do lanche muitas vezes era esperado, pois as crianças adoram auxiliar tais tarefas, algumas nunca auxiliam em nenhuma destas ações em suas casas.

As brincadeiras das crianças foram se aprofundando ao longo da semana e as “ações de verdade” foram migrando para brincadeiras mais elaboradas. Para elas, o faz-de-conta e o real se misturam de uma forma muito orgânica e fluida. Ajudar em pequenas ações do dia a dia além de incrementar as brincadeiras também favorece a autonomia e uma relação respeitosa com o espaço onde estão e pessoas com quem convivem neste lugar. Gestos simples do cotidiano.

 

Bruna Mutarelli

Bruna Mutarelli

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