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FÉRIAS ESCOLARES: PAUSA NA ROTINA E MUDANÇAS DE HÁBITOS.
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FÉRIAS ESCOLARES: PAUSA NA ROTINA E MUDANÇAS DE HÁBITOS.

FÉRIAS ESCOLARES: PAUSA NA ROTINA E MUDANÇAS DE HÁBITOS.

22/12/2016
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Quando chega o último dia de aula, sempre repito a mesma frase ao meu filho, hoje um adolescente de 13 anos: agora é a hora de aproveitar a folga, mas isso não significa férias de higiene e nem das outras obrigações que fazem parte da vida. A organização do quarto, fazer as três principais de refeições, tomar banho, escovar os dentes, pentear o cabelo, etc., continuam sendo tarefas inerentes ao dia-a-dia, inclusive nas férias, podendo acontecer mais cedo ou mais tarde, em momentos diferentes do usual, no entanto sem direito a isenção.

Parece tudo meio obvio, mas o que observo na minha experiência profissional e pessoal, é que há uma certa confusão entre flexibilidade de rotina e mudanças de hábitos. As férias propiciam a liberdade de horários, sem a exigência de hora exata para acordar nem para dormir. Torna-se possível almoçar mais tarde ou jantar mais cedo e tudo bem se entregar à preguiça. A questão é que, até por volta dos seis anos, as crianças ainda não possuem a noção de tempo. Logo, a falta de relógio nas férias, pouco importa para os pequenos. O que vale é a farra das viagens, brincadeiras com os primos ou amigos, passeios e momentos juntos com a família. O que é preciso tomar cuidado são as alterações nos hábitos de sono, das refeições, higiene etc.

HABITOS DE SONO:

Geralmente as famílias costumam viajar para casa de familiares ou para algum hotel e é bem comum que todos durmam juntos no mesmo quarto. Isso em si, não é nenhum problema, pelo contrário, uma delícia passar momentos bem próximos com mamãe, papai e filhos. O problema acontece quando as crianças estranham o ambiente ou, por conta do agito do dia, acabam acordando no meio da noite e, com receio que o choro incomode as outras pessoas do recinto, os pais acabam colocando os filhos para dormirem na cama de casal ou passam a fazer companhia até a hora de dormir, inclusive nos despertares noturnos.  No caso de bebes e crianças entre seis meses até por volta dos três anos, algumas poucas noites no modo férias, são suficientes para que eles tragam na mala um novo jeito de dormir, nem sempre restaurador!

Dica: Levem consigo nas viagens objetos que remetem ao berço ou cama do filho: pelúcia, naninha ou travesseiro. Na hora de dormir, se os bebes e as crianças, já estavam acostumados a dormirem sozinhos, os pais devem procurar sair do campo de visão, mesmo dormindo no mesmo quarto que eles, para que não associem a presença ou companhia na hora de dormir e voltar para casa com hábitos de sono associados à presença ou companhia de cama.

No caso dos adolescentes, dormir tarde e acordar cedo faz parte do kit férias. Desligar por semanas o despertador promove uma sensação de alivio e de enorme conforto quando se está de folga. Recomenda- se então, que os pais incentivem os seus filhos, quando estiverem próximos a retornar às aulas, já começarem, gradativamente, a ajustar o fuso horário no modo “férias acabando” e, assim evitar estresse e discussões já no primeiro dia de aula.

ALIMENTAÇÃO:

Faz parte das férias experimentar comidas diferentes, curtir as gostosuras da casa da vovó, ou se esbaldar nas refeições dos hotéis e restaurantes. O que é preciso tomar cuidado, no quesito mudança de hábito, é a variação de cardápio a cada recusa ou estranhamento da criança, principalmente no caso dos pequenos. As vovós são especialistas nestas situações onde o neto não gostou do purê de batatas e elas correm para a cozinha fazer outro prato. Todo o cuidado é pouco pois se isso se tornar uma constante nas férias, rapidamente se habituam a entender que além do que se tem na mesa, há uma gama de variedades nos bastidores das refeições e aí, o céu é o limite.

Dica: Se criança ou bebê não quer comer, guarde o prato e ofereça 30 minutos depois ou quando ele estiver com mais fome. No caso das crianças que já apresentam dificuldades no que se refere à alimentação, por serem mais seletivos ou restritivos, vale levar de casa um kit de férias. No entanto deve valer sempre a regra de que não  se é obrigado a comer o que não gosta de mas para não gostar é preciso experimentar.

Quanto aos adolescentes, muitas vezes por acordarem tarde, ou acabam almoçando direto ou tomam café da manhã depois do meio dia, e com certeza as refeições serão meio atrapalhadas. Muitas vezes, ficam no computador ou vídeo game até tarde da noite ou batendo papo com os amigos, sempre rodeados de guloseimas e, nesse ritmo acabam dando férias também à alimentação saudável. De vez em quando sair da linha é muito gostoso, mas quase dois meses neste ritmo pode ser bem prejudicial à saúde.  Vale a pena ficar de olhos nos possíveis abusos. Manter os costumes dos jovens, quando possível, fazerem as refeições na mesa com a família já ajuda bastante a monitorar os hábitos alimentares sem muitas neuras!

HIGIENE:

No pique de tantas brincadeiras e diversão e, sem a rotina para dar o norte das atividades da vida diária, tirar o pijama, tomar banho, escovar os dentes, etc. podem ser tornar-se parte da aventura _ dramática_ das férias.  Isso vale para os filhos grandes e pequenos. Às vezes até mesmo para ir para praia, se perde um tempão nesse processo de arrumar a garotada para sair de casa. Neste sentido, tudo bem não ter rotina, mas a higiene não tira férias, sendo necessário para algumas crianças e adolescentes, incluindo o meu filho, estabelecer alguns combinados no dia a dia da temporada de férias, aparentemente óbvios, mas essencialmente necessários e que precisam ser respeitados conforme as regras de cada família.

Tudo o que é bom dura pouco e, logo, logo, a vida voltará ao normal. Tragam na mala apenas as fotos e as lembranças das deliciosas recordações de dias tão especiais. E assim, quando tudo terminar, vão-se as férias e ficam os hábitos… firmes e forte.

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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