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O tempo perguntou pro tempo…
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O tempo perguntou pro tempo…

O tempo perguntou pro tempo…

26/02/2018
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“O tempo perguntou pro tempo,
quanto tempo o tempo tem.
O tempo respondeu pro tempo,
que o tempo tem o tempo que o tempo tem”. 

Este é um exemplo clássico de parlenda ligada ao folclore da língua portuguesa. As parlendas são versinhos com temática infantil que são recitados em brincadeiras de crianças. São usadas por adultos também para embalar, entreter e distrair as crianças. Possuem uma rima fácil e, por isso, são populares entre as crianças. Muitas parlendas são antigas e, algumas delas, foram criadas, há décadas. Elas fazem parte do folclore, pois representam uma importante tradição cultural da nossa língua.

Hoje em dia vivemos numa sociedade sem tempo pra nada, estamos sempre correndo e vivemos olhando as telas para ver o mundo. Perdemos ou estamos perdendo a capacidade de contemplar as belezas das coisas, de observar nosso redor e passamos a contemplar as vidas (perfeitas) dos outros pelas redes sociais, a observar as fotos e vídeos do Instagram.

 

“Um, dois, feijão com arroz.
Três, quatro, feijão no prato.
Cinco, seis, chegou minha vez.
Sete, oito, comer biscoito
Nove, dez, comer pastéis.”

 

Quem é um pouco mais velho certamente brincou com seus pais ou avós de dizer parlendas ou trava línguas quando era criança. Era um tempo onde pais e avós sentavam no chão para brincar com suas crianças, com tempo para ouvir, conversar, contemplar o pôr do sol, olhar para as nuvens descobrindo formas e se relacionando com pessoas que estavam presentes.

Hoje em dia ainda brinco com meus netos, Tomas e David cantando algumas parlendas que permanecem na minha memória afetiva:

 

“Serra, serra, serrador!
Serra o papo do vovô!
Quantas tábuas já serrou?”

 

“Bam ba la lão
Senhor capitão,
Espada na cinta,
Ginete na mão.”

 

Não sou saudosista, mas acredito que a falta de tempo empobrece as relações. Quanto contava aos meus filhos sobre como foi minha infância, cheia de tempo, com primos nas férias pelo interior, sem grandes preocupações com o que pudesse acontecer. Afinal acidentes acontecem. Era um tempo sem telas, com bicicleta, pipas, pesca e jogos de salão. Muitas vezes ouvi que a nossa infância (minha, de meus irmãos e primos) havia sido muito mais gostosa.

Em janeiro fui para a Bahia em férias com filhos e netos. Os pequenos queriam ir para a Disney, mas acabaram descobrindo que viver com tempo, sem filas, sem uma adrenalina no limite por alguns segundos, mas fazendo coisas como brincadeiras como construir castelos na areia, pular e pegar ondas no mar, ver o sol se pondo ou pequenas tartarugas saindo dos ovos e indo para o mar também é muito legal e não precisa de telas.

“Corre cutia, na casa da tia.
Corre cipó, na casa da vó.
Lencinho na mão, caiu no chão.
Moça bonita, do meu coração …
UM, Dois, Três!”

 

Não passei o carnaval com meus netos, mas vi, nas redes sociais, uma foto deles em cima de uma árvore ou brincando na mureta do jardim da mesma praça que eu brincava quando criança. Isto me fez refletir sobre meu tempo de infância e sobre o tempo de maneira geral neste mundo sem tempo.

E a parlenda inicial já tem uma nova versão, mais atual e condizente com os nossos dias:

“O tempo perguntou pro tempo qual é o tempo que o tempo tem.

O tempo respondeu pro tempo que não tem tempo pra dizer pro tempo que o tempo do tempo é o tempo que o tempo tem.”

 

Veja algumas ideias para brincar com seus filhos, netos, sobrinhos com parlendas e trava línguas:

 

http://www.mestredosaber.com.br/atividades-de-parlendas-para-imprimir/

https://br.pinterest.com/explore/parlendas-educa%C3%A7%C3%A3o-infantil/?lp=true

https://www.todamateria.com.br/trava-linguas/

 

 

Autor: Dr. José Luiz Setúbal

Fontes:

https://www.suapesquisa.com/folclorebrasileiro/parlendas.htm

https://www.youtube.com/watch?v=lYDBBimX0Es

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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