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Especialistas apresentam atualizações em Asma no Encontro Multidisciplinar de Doenças das Vias Aéreas
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Especialistas apresentam atualizações em Asma no Encontro Multidisciplinar de Doenças das Vias Aéreas

Especialistas apresentam atualizações em Asma no Encontro Multidisciplinar de Doenças das Vias Aéreas

20/11/2020
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O Encontro Multidisciplinar sobre doenças das Vias Aéreas (EMDVA) marcou a programação desta quinta-feira do 5º Congresso Internacional Sabará de Saúde Infantil. Realizado todos os anos, o evento contou com renomados especialistas entre palestrantes e moderadores. As mesas abordaram ao longo do dia os seguintes temas: Diagnósticos em ORL, Atualizações em Asma, Desafios no Consultório e Estratégias de Tratamento.

O debate sobre Atualizações em Asma foi aberto por Emanuel Sarinho, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e da SBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia). A palestra sa Sarinho discutiu se asma leve é de fato uma doença leve e apresentou as atualização das recomendações GINA 2019-20 sobre aplicação de corticoides inalados e beta 2 de baixa e longa duração e também citou algumas análises críticas a estas recomendações.

Sarinho afirmou que o encaminhamento de pacientes com asma a especialistas depende do perfil e da avaliação de cada pediatra. Pesquisas indicam que 70% dos pacientes são controlados com beta 2 de longa associado a corticóide inalatório. Nos casos em que o uso dessas medicações não favorecem o controle da asma, é indicado o encaminhamento a um especialista. No entanto, pediatras que não estão acostumados a lidar com beta 2 de longa podem encaminhar seus pacientes em uma fase mais precoce ao especialista. “Passa também por uma questão individual de avaliação do pediatra”,disse.

Sarinho alertou também que apenas 15% das crianças atendidas com asma recebem acompanhamento regular. “Quem trabalha com pronto atendimento tem que orientar que os pais façam acompanhamento regular no ambulatório. Quanto mais o tempo passar, mais grave fica a asma. Tem gente fazendo aplicações repetidas de corticoide oral e beta 2 de curta. Essa criança que foi pra urgência com asma precisa retornar a um pediatra no ambulatório”.

Moderadora da mesa, a diretora-executiva do Instituto PENSI,  Fátima Rodrigues Fernandes, alertou para o fato de que mais de 50% das famílias das crianças que procuram o Sabará não sabem dizer o nome de um pediatra de referência quando o contato é necessário. “Estamos numa época em que foi abandonado o contato com o pediatra para ir ao pronto-socorro. Não podemos esquecer que doenças crônicas necessitam de acompanhamento a médio e longo prazo, contínuo”, afirmou.

Também moderador da mesa, Raí Watanabe, pneumologista do Sabará Hospital Infantil e colaborador do Instituto PENSI, falou da importância de identificar quando a criança não tem asma. “Sibilância não é asma”, disse Raí. “Acontecem casos em que a criança é tratada como asmática, mas na verdade ela tem outra doença. Essa é a importância do especialista”.

A sibilância foi o foco da segunda palestra da mesa, conferida por Dirceu Solé, do departamento de pediatria da Unifesp. Com o tema “Lactente Sibilante, vírus e asma, o que têm em comum?”, Dirceu trouxe dados que podem ajudar a compreender o que pode provocar a evolução de um quadro para asma, que critérios avaliar para considerar essa possibilidade de evolução e qual o efeito da evolução na infância.

Um estudo internacional de sibilância do lactente indica que 40% das crianças de até 15 meses já apresentaram ao menos um episódio de sibilância. A cifra cai pela metade entre os que têm mais de três episódios.

Uma avaliação de crianças em Cuiabá indicou que 26% dos lactentes entre 12 e 15 meses tinha ao menos um episódio de sibilância e 74%, não. Quatro anos depois, as crianças foram reavaliadas. Parte delas deixou de sibilar, caracterizando o que é considerado como sibilante transitório. Outras permaneceram sibilantes. Foram 54% dos sibilantes no início da vida as que continuaram sibilando, caracterizando sibilância persistente. Mas há também os sibilantes de início tardio, que só começam a se manifestar por volta dos 4 anos.

De acordo com Dirceu, a sibilância recorrente acomete 25% da população até os 15 meses de idade. O acompanhamento deve ser realizado e, de acordo com a evolução do quadro, pode haver um momento em que seja necessário rever o tratamento. Em sua maioria, disse, os quadros são leves e contam com medicação relativamente segura. É raro que haja efeitos colaterais no uso de corticóide inalado em doses moderadas.”É uma medicação extremamente segura e que pode ser utilizada. Quando o indivíduo tem acompanhado regular, é possível detectar efeitos colaterais, mas isso é raro acontecer”, afirma o especialista.”Tem que perder o medo da prescrição do corticóide inalado”, concluiu.

Último a fazer suas considerações, Gustavo Wandalsen apresentou a palestra “E quando a asma da criança é grave, o que fazer?”.  Mestre e doutor em Ciências pela Unifesp e consultor científico do Instituto PENSI, Gustavo afirmou que apenas 5% dos asmáticos se enquadram nessa definição, mas o grupo representa uma grande parcela do custo da doença ao sistema de saúde. Ele discorreu ainda sobre a diferença entre asma grave e asma de difícil controle e da correlação entre os dois tipos. Também alertou para a importância da orientação dos médicos aos pacientes. Erros no uso de medicamentos são bastante comuns. “É preciso fazer com que as famílias usem de forma mais correta os dispositivos inalatórios”, orientou. “Temos muitas ferramentas pra tratar asma grave e, quando isso é feito com inteligência, os resultados são bons.”

Comunicação PENSI

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