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Simpósio discute avanços no diagnóstico precoce, comorbidades, fatores de risco ambientais, com destaque para intervenções personalizadas e abordagens multidisciplinares para melhorar a qualidade de vida das pessoas com TEA e suas famílias. Na imagem, dra. Noemi Takiuchi detalha como conduzir processos de avaliação que alcancem maior precisão no diagnóstico e na intervenção com crianças que não falam. Foto: Rudah Poran.
No terceiro dia do 7º Congresso Internacional Sabará-PENSI de Saúde Infantil, renomados especialistas se reuniram para apresentar as mais recentes descobertas e práticas inovadoras no cuidado de pessoas com TEA. O evento trouxe palestrantes e moderadores de diferentes campos, abordando questões fundamentais para profissionais de saúde, educadores e famílias. Foi uma oportunidade de atualização e reflexão sobre as melhores práticas a serem aplicadas em seus contextos clínicos e educacionais.
A programação começou com a mesa “Quando a criança não fala: TEA e diagnóstico diferencial”, que teve como moderadoras Mirella de Melo Sá Reis (PENSI) e Juliana Harumi Arita (Unifesp). O painel contou com palestras de Marina Leite Puglisi (Unifesp), que explicou as sutilezas do Transtorno do Desenvolvimento da Linguagem (TDL), e Elisabete Giusti (USP), que detalhou a apraxia de fala na infância (AFI).
Noemi Takiuchi (PENSI), coordenadora do Núcleo de Autismo do Instituto PENSI, concluiu a mesa destacando o impacto das comorbidades no desenvolvimento da fala e como esses fatores influenciam a abordagem terapêutica no TEA. “Sabemos que o atraso no desenvolvimento inicial da fala e linguagem apresenta uma alta prevalência na primeira infância, constituindo a principal queixa de desenvolvimento nos consultórios pediátricos nessa faixa etária. O diagnóstico das diferentes condições em crianças pequenas apresenta desafios importantes, pois estamos falando de processos em desenvolvimento, habilidades em aquisição, e é necessário um olhar atento e apurado para que possamos identificar corretamente o que pode estar levando a essas dificuldades”, disse ela.
“Pesquisas revelaram que os pais tendem a apresentar como primeira queixa o atraso nas primeiras palavras em crianças posteriormente diagnosticadas com TEA, mas alterações no desenvolvimento linguístico e da fala podem ser decorrentes de outros quadros também. A identificação precoce e o diagnóstico correto serão importantes para que a criança receba as intervenções adequadas e necessárias para o desenvolvimento de seu potencial. Outro aspecto relevante é o impacto que as dificuldades de comunicação trazem para outras áreas do desenvolvimento infantil, como a interação social, a aprendizagem e a regulação emocional”.
Em seguida, a mesa “Evidências dos modelos de intervenção precoce de base desenvolvimentista e naturalística em TEA” destacou três abordagens inovadoras. Stephanie Bruna dos Santos (PENSI) e Aline Andriotti de Moraes (FCMSCSP) moderaram o painel, que incluiu as palestras de Michelle Procópio (Universidade de Brasília), sobre o Modelo Denver, e da psicóloga Hannah Iamut Said (PUC-Rio) discutindo o Modelo Jasper, e Juliana Balestro (USP) apresentando o Modelo SCERTS, que enfatiza a regulação emocional e a comunicação social.
No período da tarde, a mesa “O que a ciência nos diz sobre fatores de risco no TEA” trouxe insights importantes sobre a associação entre Síndrome de Down e TEA, expostos por Rosane Lowenthal (FCMSCSP), além dos riscos ambientais relacionados à exposição a agrotóxicos, tema abordado por Sue Ellen de Figueiredo (Universidade de Cuiabá). Katherina Lukasova (UFABC) fechou o painel com uma apresentação sobre o papel das falhas na atenção social no diagnóstico do autismo, utilizando tecnologia avançada de rastreamento ocular.
Finalizando o evento, a mesa “Sono e desenvolvimento em TEA” trouxe discussões sobre os problemas de sono nas crianças com TEA, abordando as alterações fisiológicas e o uso de melatonina, com Livia Clemente (FCMSCSP), além das consequências da privação de sono no neurodesenvolvimento, apresentadas por Edson Amaro (HIAE, PENSI). Sandra Doria Xavier (Unifesp) contribuiu com um olhar clínico sobre os distúrbios do sono, enquanto Joana Portolese (IPQ HCFMUSP) ofereceu uma análise prática sobre a higiene do sono e a importância de estratégias para melhorar a qualidade de vida das famílias.
Ao final do simpósio, Noemi Takiuchi (PENSI) destacou em sua fala a necessidade de um acompanhamento personalizado e colaborativo, reforçando a importância de uma “terapia de precisão”. Segundo Takiuchi, as intervenções devem ser adaptadas continuamente, conforme os avanços da criança e as necessidades familiares. A abordagem multidisciplinar, que inclui neuropediatras, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e educadores, mostra-se essencial para o sucesso dessas estratégias. Para Takiuchi, o futuro do tratamento do autismo passa por essa integração de áreas e pela capacidade de adaptar os cuidados de maneira individualizada, o que se reflete diretamente na melhora da qualidade de vida e na inclusão social das crianças e suas famílias. Leia mais
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Prezada Vanessa, boa tarde! Em relação ao EAD do Congresso, por gentileza, encaminhar um e-mail para ensino@pensi.org.br