PESQUISAR
Pesquisadoras da Universidade de Chicago (Levine, Ratliff, Huttenlocher e Cannon, 2011) publicaram um trabalho em que observaram 53 pais brincando de resolver quebra-cabeças com seus filhos de 2, 3 ou 4 anos. Para isso, ao longo de quatro meses fizeram seis visitas (90 minutos cada uma) nas casas deles.
Seis meses depois, compararam essas crianças com outras que não participaram da experiência, e verificaram diferenças significativas quanto à principal pergunta da pesquisa: brincar com quebra-cabeças melhora o desempenho em matemática de crianças pequenas?
Mas quero aqui destacar um aspecto importante desse estudo: elas verificaram a importância de os pais brincarem com seus filhos na resolução dos quebra-cabeças em favor desse propósito (melhoria no pensamento matemático). Observaram que há crianças que ficam ansiosas, e seu medo de errar prejudica a realização da tarefa.
Os pais, ao compartilharem as brincadeiras e ao falarem com elas de certos modos, aumentam sua confiança no que estão fazendo e diminuem sua ansiedade. No apêndice do artigo, as autoras transcrevem conversas de mães com seus filhos; são falas relacionadas à brincadeira (nome dos objetos, o que fazer, por que a peça não encaixou etc.). Verificou-se, também, que alguns pais favoreciam os meninos, dando-lhes brincadeiras mais difíceis, e desfavoreciam as meninas, dando-lhes brincadeiras mais fáceis.
Daí que concluíram ser importante não fazer isso, mas considerarmos o nível da habilidade da criança, propondo-lhe quebra-cabeças suficientemente desafiadores, seja para o menino ou para a menina. De qualquer forma, atentem para o que disse a Dra. Levine: “o engajamento dos pais é a chave!”
Dois artigos no site aboutkidshealth resumem e destacam pontos importantes dessa pesquisa. Um deles resume o melhor que os pais podem fazer: (1) usar palavras corretas, (2) usar gestos, (3) valorizar esforços, não resultados, e (4) ser sensível ao nível de habilidade da criança, isto é, dar-lhes atividades desafiadoras.
Leia também: Três brincadeiras para ajudar no desenvolvimento das crianças
Referências:
Levine, S. C., Ratliff, K. R., Huttenlocher, J., & Cannon, J. (2011, October 31).
Early Puzzle Play: A Predictor of Preschoolers’ Spatial Transformation Skill.
Advance online publication. doi: 10.1037/a0025913
Veja também no site aboutkidshealth:
Spatial reasoning skills: How to foster in children
Atualizado em 20 de agosto de 2024