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Relato de uma Elfa Sem Fronteira em Missão de Natal
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Relato de uma Elfa Sem Fronteira em Missão de Natal

Relato de uma Elfa Sem Fronteira em Missão de Natal

10/02/2017
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Em novembro de 2016 o Pronto Sorrir comemorou seu quarto ano de atuação artística em hospitais pediátricos de São Paulo. É um trabalho árduo e contínuo, sempre em busca do espaço do lúdico e da poesia, mesmo em momentos tão difíceis e delicados. Este trabalho nasceu singelo, despretensioso, espontâneo e foi se tornando um propósito de vida para nós, oito atores do Pronto Sorrir.

Encontramos nele a profundidade da palavra solidariedade, o prazer de estar com o outro, de conhecer o outro, de jogar com o outro. Reaprendemos a brincar, a olhar o lado bobo e lindo das coisas, a aproveitar os instantes mais singelos de cada encontro e abraçar a poesia que nasce da efemeridade da vida.

Para mim, este projeto se tornou um projeto de vida, onde tento sonhar na prática tantos desejos de amor, de encontro, de pesquisa, de brincadeira, poesia, enfim, de arte, que gostaria que o mundo estivesse inundado!

E em dezembro este desejo de que o mundo seja mais doce e próspero parece que toma uma proporção que contamina todos. O ano está chegando ao fim e há muita coisa para se refletir e muita coisa boa para se desejar para o ano que vai nascer. Algo bonito renasce na gente. Foi contaminado por este espírito que o Pronto Sorrir idealizou a ação: “As Elfas Sem Fronteiras em Missão de Natal”. Uma ação artística que buscava dar conta de tantos valores que acreditamos e de tanta coisa bonita que gostaríamos de desejar a todas estas crianças encantadas, de famílias encantadas, rodeadas de funcionários do hospital tão cheios de missão e entrega! Queríamos idealizar um presente de Natal a estas famílias que passariam o período de festas no hospital. Queríamos oferecer o nosso carinho a estas pessoas que ajudam a nossa vida a ser repleta de sentido e alegrias.

Assim nasceram as “Elfas sem Fronteiras”. Elfas aventureiras e muito atrapalhadas, que estavam numa missão muito importante pelo mundo afora, em busca de encontrar as SUPER CRIANÇAS PODEROSAS que andavam pelos hospitais. Fizeram uma grande viagem para chegar até São Paulo: pegaram o mapa encantado do Papai Noel e atravessaram a Groenlândia num respiro; esquiaram no Canadá; comeram chocolates no México; ganharam até o campeonato de remo no Canal do Panamá; voaram com as araras do Pantanal; pediram carona na Praia Grande, até chegarem na grande metrópole paulistana, onde tiveram o privilégio de conhecer muitas supercrianças que andavam pelos hospitais. E foi no encontro com estas crianças que nós, Elfas, pudemos desfrutar do Natal mais saboroso que já conhecemos.

Nós, Elfas, carregamos por onde andamos a “FANTÁSTICA FÁBRICA AMBULANTE DE PRESENTES INVISÍVEIS”! Isso mesmo, presentes invisíveis. Nós só fabricamos aquilo que não se pode tocar, mas que se pode sentir. O problema é que atualmente andamos muito fora de moda, porque a criançada só quer saber dos presentes mais que visíveis: os tablets, os playstations, os iPhones 1,2,3,4,5,6… Mas o que a gente se esquece é que os presentes invisíveis são muito valiosos: eles estão por toda parte e a gente pode guardá-los na estante da memória, nas gavetas da inspiração, nos cofres do coração! Entretanto, o que descobrimos nestas visitas aos hospitais é que existe um presente muito valioso, mas muito valioso mesmo, que não é invisível, mas que carrega dentro de si todos os melhores presentes invisíveis deste mundo. E este presente valioso e visível somos nós: crianças, mães, pais, avós, cuidadores, que carregamos dentro de nós o presente invisível da coragem, da paciência, da esperança, da fé, do amor sem fim, da superação, da perseverança e tantos outros.

Nós queríamos dar um presente de Natal a estas crianças, mas descobrimos que elas já são o melhor presente de Natal do mundo! Daí então só tivemos que embrulhá-las. E como foi bonito ver aquela cambada de criança sorrindo, cheia de laços pelo corpo, enfeitando a árvore da vida do hospital.

Depois de muitas peripécias pelos corredores e brinquedoteca dos hospitais, seguíamos para dentro das UTIs e quartos em isolamento, para conhecer ainda mais destas crianças superpoderosas do hospital. E, pra nossa surpresa, muitas nem tinham conhecimento do quanto eram poderosas! Então nós utilizávamos nosso SUPER DESENTUPIDOR DE PODERES INVISÍVEIS, pois às vezes as crianças não sabiam sobre seus poderes porque eles deviam estar entupidos por algum canto do corpo. Nosso desentupidor é parecido com um desentupidor de privada, mas é diferente porque é mágico, e desentope coisas extraordinárias e perfumadas! Aí então começamos a desentupir tantos poderes que não acabava mais! Cada criança poderosa!!! Tinha criança com o poder da força; da paciência; da humildade; da amizade; da amorosidade; da coragem; da fé; e até o poder de emocionar! Algumas andavam muito sonolentas, e lutavam pela vida no mundo dos sonhos; outras, não podendo falar, nos ensinavam a língua do olhar. A gente ia conversando, cantando, dançando e desentupindo poderes junto dos pais, avós e enfermeiros que diziam coisas lindas sobre estas crianças, e aqueles quartos todos iam ficando quentes e coloridos, repletos deste amor que a gente preserva na gente mesmo nos momentos mais difíceis.

Depois de registrar todos estes poderes num pergaminho mágico, colocávamos este papelzinho numa garrafinha, que fechávamos com uma rolha. Aquela garrafinha singela se tornava o amuleto da sorte de cada criança. Assim, nos dias difíceis, em que ela se sentir muito fraquinha, ela pode pegar naquela garrafinha e lembrar de tantos poderes invisíveis que ela preserva dentro da parte mais maravilhosa e mágica da sua existência, a sua alma.

Mas a verdade é que ninguém se torna poderoso assim sem uma mãozinha, e o que nós, Elfas, fomos descobrindo é que aquelas crianças deveriam ter herdado por “osmose” muitos daqueles poderes, não é mesmo? Então também tivemos que nos dedicar a desentupir os poderes dos pais e acompanhantes! Cada poder bonito! Os filhos iam ajudando e nos emocionando com suas pérolas. Um menino de 8 anos disse: “Meus pais tem o poder da união familiar”. Outro de 13 anos nos contou: “Minha mãe tem o poder da amizade e da fé. Ela é minha melhor amiga e se não fosse por ela eu não sei como estaria”. Uma menina de 7 falou: “Minha mãe tem o poder do amor sem fim”, e outra mocinha até fez todo mundo rir no quarto contando: “Minha mãe tem o poder de fazer filhos! Cada hora nasce mais um!” A gente ia registrando estes poderes todos num Certificado Mágico que entregávamos aos pais. Espero que eles enquadrem estes certificados e coloquem numa parede bem bonita em suas casas, para que eles também nunca se esqueçam que fazem parte dos verdadeiros super-heróis!

Alguma coisa mudou em mim depois desta ação de Natal. Os poderes invisíveis que fui conhecendo em cada criança, em cada mãe, em cada pai, em cada tia, foram preenchendo meu coração de uma alegria esperançosa. E o que fica evidente para mim é que a experiência da dor não retira de nós a capacidade de sentir alegria, de ver graça nas coisas, de brincar, de ter encontros sinceros e potentes. Agradeço mais uma vez este dom que as crianças têm de fazer a gente querer sorrir só de olhar para elas. Elas têm a chave do sorriso, e são o tesouro do Pronto Sorrir.

Leia também: Parte 2: Relato de uma Elfa Sem Fronteira em Missão de Natal

Por Helena Miguel, Coordenadora do Pronto Sorrir

Atualizado em 8 de outubro de 2024

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