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Surtos de sarampo pelo mundo, devemos nos preocupar?
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Surtos de sarampo pelo mundo, devemos nos preocupar?

Surtos de sarampo pelo mundo, devemos nos preocupar?

26/03/2025
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O mundo, mais uma vez, enfrenta um surto alarmante de sarampo, com casos disparando na Europa, Ásia Central, América do Norte e América Latina. O aumento de casos de uma doença altamente contagiosa tem sido atribuído à queda na cobertura vacinal e à disseminação de movimentos antivacina.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que, após uma redução na cobertura vacinal durante a pandemia de covid-19, os casos de sarampo voltaram a subir significativamente em 2023 e 2024. Muitos países ainda não recuperaram os níveis de imunização pré-pandemia, deixando milhões de crianças desprotegidas.

Houve pelo menos 3 surtos de sarampo relatados nos Estados Unidos em 2025. Isso inclui um surto generalizado no Texas, e no Novo México com mais de 300 crianças doentes, onde duas em idade escolar não vacinadas morreram pela doença.

No México, os casos de sarampo dobraram em uma semana, passando de 22 para 43 infecções confirmadas. O governo mexicano anunciou uma intensificação da campanha de vacinação, com foco em crianças e profissionais de saúde. Mais da metade dos infectados tem entre 5 e 9 anos e nenhum deles havia sido vacinado. O México não registrava casos nativos de sarampo desde 1996, mas agora vê a doença ressurgir por meio de infecções importadas pela fronteira americana.

A Europa e a Ásia Central registraram quase 130 mil casos de sarampo em 2024, o dobro do ano anterior e o maior número desde 1997. Segundo a OMS e o Unicef, 40% das infecções ocorreram em crianças menores de cinco anos, e mais da metade dos casos exigiu hospitalização. Foram registradas 38 mortes até o momento.

Para piorar a situação, o secretário de Saúde dos EUA, Robert F. Kennedy Jr., conhecido por seu ativismo antivax, minimizou a gravidade do surto e fez declarações controversas, sugerindo que a vacina contra o sarampo pode causar cegueira e perda auditiva, tudo sem evidência científica e refutadas imediatamente pela comunidade científica. A situação tem gerado instabilidade no governo, com renúncias dentro da equipe de Kennedy e o recuo da Casa Branca na nomeação de aliados do secretário para cargos-chave no setor de saúde pública, o que traz algum alento para o resto do Mundo.

No Brasil, o estado do Rio de Janeiro confirmou três casos de sarampo em 2024, mas recuperou, em novembro de 2023, o certificado de eliminação do sarampo, que havia sido perdido em 2019 devido à queda na cobertura vacinal. No entanto, o ressurgimento de casos preocupa autoridades de saúde, mesmo que estejamos recuperando as taxas de cobertura vacinal que haviam caídos nos últimos anos devido a pandemia.

Optar por não vacinar seus filhos não só os deixa suscetíveis ao sarampo, mas também expõe outras crianças ao sarampo. Isso inclui bebês que são muito novos para serem vacinados e aqueles que não podem ser vacinados devido a outras condições de saúde.

Surtos recentes de sarampo sempre deixam muitas famílias preocupadas. A maioria das pessoas que ficaram doentes não foi vacinada contra o vírus. Este é um lembrete claro da importância de garantir que seus filhos estejam totalmente vacinados. Aqui estão as respostas para perguntas que muitos pais têm sobre surtos de sarampo.

Pensei que o sarampo fosse uma doença leve, então por que o alarme agora?

Quando me formei nos anos 70, o sarampo era uma doença comum na infância e quase uma parte esperada do crescimento. Enquanto a maioria das crianças se recuperava do sarampo sem problemas, muitas outras não. Em algumas crianças, a infecção causava pneumonia e, em algumas, encefalite (infecção do cérebro) e até mesmo a morte. Apesar de ser considerada uma doença benigna, podia ter consequências graves, embora mais raramente.

Graças ao sucesso da vacina contra o sarampo, iniciada em 1963, agora podemos proteger as crianças do sarampo com grande segurança e sem problemas. No entanto, nos últimos anos, alguns pais têm recusado ou atrasam a vacinação de seus filhos por medo ou desinformação sobre a segurança dela. Ou seja há mais crianças, adolescentes e adultos não vacinados em nossas comunidades. Isso se dá em parte porque as pessoas não veem mais crianças com sarampo e suas sequelas.

Como o sarampo é transmitido?

O vírus do sarampo se espalha facilmente pelo ar quando uma pessoa infectada espirra ou tosse e alguém próximo inala as gotículas infectadas. Ele também pode ser transmitido por contato direto com fluidos do nariz ou da boca de uma pessoa infectada.

Por quanto tempo o vírus do sarampo pode viver em superfícies?

O sarampo é uma das doenças infecciosas mais contagiosas conhecidas. O vírus pode viver por até 2 horas no ar onde pessoas infectadas tossiram ou espirraram, ou em superfícies que elas podem ter tocado. Como resultado, qualquer pessoa em espaços públicos lotados pode entrar em contato com o sarampo.

Quais são os sinais e sintomas do sarampo?

O sintoma mais conhecido do sarampo é uma febre muito alta acompanhada de uma erupção cutânea com manchas vermelhas ou acastanhadas, embora este não seja o único sintoma. Antes do aparecimento da erupção cutânea, as crianças com sarampo desenvolvem sintomas semelhantes aos de um resfriado, incluindo:

  • Tosse;
  • Nariz escorrendo;
  • Febre;
  • Olhos vermelhos e lacrimejantes e fotofobia (incomodo com a luz);

Esses sintomas tendem a piorar durante os 3 primeiros dias da doença.

Quando as crianças precisam tomar a vacina contra o sarampo?

A sociedade Brasileira de Pediatria e o Ministério da Saúde recomendam que as crianças recebam a vacina contra sarampo, caxumba e rubéola (MMR) aos 12-15 meses de idade, e novamente aos 4-6 anos. As crianças podem receber a segunda dose mais cedo se for pelo menos 28 dias após a primeira dose.

  1. De 1 a 29 anos – duas doses, sendo a primeira com a tríplice viral aos 12 meses e a segunda aos 15 meses com a tetraviral ou tríplice viral + varicela;
  2. De 30 a 59 anos – uma dose da vacina tríplice viral, se não vacinado anteriormente;
  3. Trabalhadores da saúde: duas doses da vacina tríplice viral independentemente da idade. Com intervalo de 30 dias entre as doses.

Existe uma vacina combinada chamada MMRV que contém as vacinas contra catapora e MMR (Sarampo, Caxumba e Rubéola). Essa é uma opção para algumas crianças de 12 meses a 12 anos de idade.

E se meu bebê for muito novo para tomar a vacina contra o sarampo?

Altas taxas de imunização em uma comunidade protegem aqueles que são muito jovens para serem vacinados, incluindo bebês com menos de 12 meses de idade. Esses bebês correm o maior risco de doenças graves, hospitalização e morte devido ao sarampo. Encontre informações sobre vacinas para bebês de 6 a 12 meses de idade durante um surto ou antes de uma viagem internacional para um local com um surto ativo de sarampo.

A vacina contra sarampo é segura?

Sim. Efeitos colaterais ocasionais da vacina contra sarampo incluem febre, sensibilidade no local da injeção e erupção cutânea. Efeitos colaterais raros incluem uma diminuição temporária nas plaquetas sanguíneas. A vacina contra sarampo não causa autismo. Tomar a vacina contra sarampo é muito mais seguro do que pegar a infecção por sarampo.

Por quanto tempo a vacina contra sarampo oferece proteção?

A vacina contra o sarampo é muito eficaz na proteção contra o sarampo. No entanto, nenhuma vacina é 100% protetora, então, muito raramente, pessoas vacinadas podem desenvolver sarampo. Cerca de 95 em cada 100 pessoas estarão protegidas após receber uma dose da vacina MMR. Duas doses de MMR protegem 97-99 em cada 100 pessoas.

Não tenho certeza se tomei a vacina contra sarampo. Preciso de um reforço?

Se você não tem certeza se você ou seus filhos foram totalmente vacinados contra o sarampo, converse com seu médico para ver se alguém em sua família precisa ser vacinado. Não há risco em receber a vacina contra o sarampo se você já foi imunizado antes. A vacina do sarampo contém o vírus vivo “enfraquecido”, e portanto, crianças com problemas imunológicos ou recebendo medicamentos que suprimem o sistema imunológico não devem recebe-la. Seu pediatra é sua melhor fonte de aconselhamento sobre vacinas.

Fontes:

Saiba mais:

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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