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Associação entre infância, TDAH e obesidade
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Associação entre infância, TDAH e obesidade

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20/05/2014
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Um dos distúrbios psiquiátricos pediátricos mais comuns na atualidade é o déficit de atenção (TDAH), e o tratamento mais comum para o TDAH é medicação estimulante. Nas últimas décadas, as preocupações foram levantadas sobre uma possível ligação entre o TDAH e o rápido aumento nas taxas de obesidade entre as crianças.

No estudo “Attention Deficit Disorder, Stimulant Use, and Childhood Body Mass Index Trajectory os pesquisadores estudaram dados de registos de saúde eletrônicos a partir do Sistema de Saúde Geisinger em 163.820 crianças com idade entre 3 e 18 anos de idade na Pensilvânia.

Os modelos foram usados ​​para determinar as trajetórias de IMC (Índice de Massa Corporal) em relação ao diagnóstico de TDAH, a idade em que ocorreu pela primeira vez o uso de estimulantes, e duração de uso de estimulantes.

Os pesquisadores descobriram que as crianças com TDAH não tratadas ou tratadas sem estimulantes tinham rápido crescimento do IMC em relação àquelas sem TDAH. Por outro lado, as crianças que tinham TDAH tratadas com estimulantes demonstraram um crescimento mais lento do IMC no início da infância, mas eles se recuperaram mais tarde na adolescência para IMCs  maiores – maior do que as crianças sem história de TDAH ou uso de estimulantes. Os estimulantes anteriores foram iniciados e, quanto mais tempo eles foram usados, mais fortes eram esses efeitos.

Os autores do estudo concluíram que seus resultados enfatizam a ideia de que as crianças com TDAH têm maior risco de desenvolver a obesidade. No entanto, eles concluíram que o uso de estimulantes e com a recuperação impressionante no crescimento do IMC mais tarde na infância e adolescência – e não ao próprio TDAH – foi o maior responsável por estas observações. Os médicos devem estar cientes do risco de obesidade no diagnóstico de TDAH e uso particular de estimulantes. Mais pesquisas são necessárias para desenvolver apropriadas intervenções de prevenção da obesidade para crianças com TDAH.

Como se vê por este estudo, o uso de medicação estimulante no TDAH deve ser feito com critérios médicos baseados em protocolos e não porque os pais ou professores achem que a criança tem hiperatividade. A discussão que ocorre no Brasil e no Mundo sobre esta polêmica deverá levar a um consenso.

Leia também: Tratamento de TDAH: escolhendo a melhor opção

Fonte: Revista Pediatrics april 2014 “Attention Deficit Disorder, Stimulant Use, and Childhood Body Mass Index Trajectory”

Atualizado em 11 de junho de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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