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Alerta Vermelho. A Poliomielite pode voltar ao Brasil
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Alerta Vermelho. A Poliomielite pode voltar ao Brasil

Alerta Vermelho. A Poliomielite pode voltar ao Brasil

05/07/2018
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O Ministério da Saúde admitiu haver alto risco de retorno da poliomielite ou paralisia infantil em alerta feito no final de junho, após uma reunião com secretários estaduais e municipais de saúde.

Pelo menos 312 cidades brasileiras, sendo 44 no Estado de São Paulo, não conseguiram atingir 50% da cobertura vacinal. Quando uma cidade tem esse indicador passa a ter as condições de ter casos de poliomielite, doença cujo último registro foi em 1990. Será um desastre para a saúde no Brasil, já muito abalada pelos surtos que rondam o país nos últimos anos. Desde 1994 a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou doença erradicada das Américas.

A recomendação é de que a cobertura vacinal contra pólio seja superior a 95%. A situação mais grave é na Bahia, onde 15% dos municípios imunizaram menos do que 50% das crianças, seguido do Maranhão, com 14%, e apenas Rondônia, Espírito Santo e Distrito Federal não têm cidades sob risco elevado.

Esse quadro geral é muito preocupante, pois pelos dados do Ministério da Saúde, em 2017 pelo menos 800 mil crianças estavam sem o esquema completo de vacinação – que compreende três doses de vacina para prevenir a poliomielite. A preocupação ganha corpo, sobretudo em um momento em que se discute a presença do poli vírus derivado na Venezuela, aonde as autoridades sanitárias cogitaram a possibilidade de que uma criança contaminada por essa mutação do vírus.

Quando a vacina em gotas é dada para a criança, o vírus vivo atenuado contido no imunizante pode ficar presente no ambiente, uma vez que é eliminado pelas fezes da criança, por quatro a seis semanas, criando o que se chama de efeito rebanho. De quebra, a população que tem contato com o vírus atenuado também fica protegida contra a doença. Isto ocorre em regiões onde o saneamento básico é precário.

Mas se isso ajuda na imunização, também cria um problema, em raríssimas ocasiões, o poliovírus pode ter contato com outros vírus, como o rotavírus, sofrer uma mutação e, com isso, criar uma nova onda de infecções.

A Sociedade Brasileira de Imunização e a Sociedade Brasileira de Pediatria chamam a atenção que o risco aumenta nos casos em que a cobertura vacinal é menor. Daí a necessidade de a imunização ser, sempre, mantida em 95%, não só da vacina da pólio, mas de outras vacinas que estão com índices muito abaixo do esperado e que historicamente vinham se mantendo em níveis adequados. As vacinas tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba), pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, meningite por Haemophilus influenzae tipo b e poliomielite) e pneumococo também precisam alcançar índices de imunização que protejam a população toda, e para isso os pais precisam levar seus filhos fazerem a vacinação.

Para tentar reduzir o risco, o Ministério da Saúde deverá fazer entre os dias 6 e 31 de agosto uma campanha nacional de vacinação contra pólio. Observamos que o programa de imunização oferta 14 vacinas gratuitamente a todas as crianças. Existe uma resistência em dar mais de uma vacina no mesmo dia pelos profissionais de saúde, mas que poderia ser resolvida com reforço na capacitação. Existe uma queixa em relação aos horários das Unidades Básicas de Saúde, para isso é preciso também maior racionalidade na forma da oferta da vacina, como horários mais flexíveis, que se encaixem na rotina de trabalho dos pais. Postos funcionam das 8h às 11 e das 14 às 17 horas. Não são todos pais que podem levar seus filhos nesses horários várias vezes ao ano.

 

Autor: Dr. José Luiz Setúbal

Fonte:

 

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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