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Faz tempo que você que me acompanha sabe que sou boca suja.
Verbalmente despudorada.
Criação vocabular livre.
Com os benefícios e malefícios, faço o uso de certas palavras que deixam muita gente se olhos arregalados.
Incluindo meu filho – aquele garotinho de oito anos – que me repreeende a cada putamerda proferido.
Enfim…
Toda essa introdução pra falar sobre a poupança, a buzanfa, a traseira, o popô, a anca, as nádegas.
A minha? A sua? A nossa? Não!
A bunda que falamos hoje é iluminada, superior e suprema.
Pausa
Acontece que ouvir assim, da boca do seu filho a palavra bunda, aqui é um evento.
Despausa
E lá vem o causo, estava eu dirigindo dia desses, isaac no banco de trás mirando a paisagem.
– Olha mãe! Olha a lua!
– Olha a lua? Cadê?
– Ali ó!
– Olha só!!!! E tá parecendo com o que essa lua hoje, Isaac?
…
Silêncio.
Aquele que faz a gente morrer de curiosidade, depois de orgulho, de vergonha ou de rir internamente.
– Pensando bem, mãe, a lua pode ser a bunda de Deus.
Acompanhei o raciocínio viu?!?! Pode parecer maluquice, mas acompanhei.
– A bunda de Deus?
– É.
– Mas me diz, tem dia que ele tá mais tímido e mostra menos, depois mais um pouco e tem dia que tá desavergonhado e mostra tudo assim, bem cheia?????
Ele riu né?
Depois me olhou com aquela cara “essa velha não leva nada a sério” e riu mais um pouco.
….
E aí veio outro silêncio.
– Se fosse, ia ser uma bunda bem feia.
E ficou ali, visualizando uma bundona beeeeem grande, branca e repleta de crateras.
E eu morri. Como sempre.
De amor e de rir (internamente)