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O primeiro dia de maternidade a gente não esquece.
A primeira madrugada.
O primeiro sorriso.
O primeiro xixi na cara e o primeiro banho.
O primeiro dia no berçário, na escolinha.
A primeira palavra.
A primeira vez que dormiu na vovó, ou foi passear sozinho com a escola.
O primeiro aniversário que você não foi convidada.
A primeira pergunta sobre sexo, ou sobre morte.
O primeiro “não precisa mãe”.
O primeiro “valeu mãe!”
A primeira revirada de olhos, resposta atravessada ou o grito impaciente.
A primeira montanha russa e o primeiro “você é a melhor mãe do mundo”.
O primeiro tombo e o “eu te amo” verbal e consciente.
O primeiro “eu te odeio” também, do jeito que for.
O primeiro amendoim enfiado no nariz.
O primeiro mergulho.
A primeira otite e o febrão.
Quando ele duvidou de você pela primeira vez.
Quando desconfiou, questionou.
Quando percebeu que sabia um pouco mais que você.
Ou que a vida não é só o seu colo.
No dia que mostrou que as asas estavam prontas para certos voos.
Ou que ainda não quando reconheceu que precisava d mais aulas.
O abraço antes de dormir que é o mesmo desde o primeiro.
O olhar doce.
As palavras carinhosas.
A mão na mão.
O coração que bate de saudade.
O choro sentido.
As perguntas infinitas também são bem parecidas.
Entre aquele chorinho apertado de quando o ouvi pela primeira vez e o “mãe termineeeei”.