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Diferença de gênero na educação
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Diferença de gênero na educação

Diferença de gênero na educação

15/08/2017
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Globalmente, dois terços dos adultos analfabetos são mulheres, e menos de 75% das crianças em idade escolar alcançam até mesmo uma proficiência mínima em leitura ou matemática.

Na revista Pediatrics de julho é abordado um dos fatores que contribuem para desigualdades na educação para meninas em países de baixa e média renda. Ao usar dados de inquéritos demográficos e de saúde de 38 países, eles analisam o impacto diferencial das doenças da infância e do trabalho materno fora do lar no atendimento escolar para meninos e meninas adolescentes nos domicílios.

Um dos dados que achei interessante no estudo, é que além de prevenir doenças, as vacinas da infância podem ajudar a reduzir as lacunas globais de educação baseada em gênero entre crianças e adolescentes mais velhos.

Observando que as meninas adolescentes nos países em desenvolvimento são frequentemente encarregadas de cuidados infantis e tarefas domésticas, os autores do estudo “Doença infantil e lacuna de gênero na educação de adolescentes em países de renda baixa e média”, analisaram as informações entre 1999 e 2013 com um levantamento de dados de 41.821 famílias em 38 países em desenvolvimento que vão da Armênia ao Zimbábue.

As famílias incluídas no estudo deveriam ter uma garota e um garoto entre as idades de 11 e 17 em casa, e também uma criança com menos de 5 anos. Os pesquisadores determinaram que as meninas eram 5% menos propensas a frequentar a escola do que os meninos. Esta diferença aumentou para 8% se uma criança menor de 5 anos (moradora da casa) teve uma doença recente; aumenta para 8,5% se uma criança menor tivesse pelo menos dois ou mais episódios de doença. A diferença de gênero na escolaridade foi maior em domicílios com uma mãe trabalhadora, disseram pesquisadores. Os aumentos nas taxas de vacinação infantil, no entanto, foram positivamente correlacionados com um estreitamento significativo da diferença.

Os autores dizem que os investimentos na saúde da primeira infância podem ter efeitos importantes no atendimento escolar por adolescentes. Isso, por sua vez, poderia ter outros benefícios ligados à obtenção do ensino secundário, como redução do risco de HIV e taxas de gravidez na adolescência.

Suas análises sugerem que os papéis sociais permanecem diferentes para meninos e meninas, e isso afeta a saúde e a educação, especialmente nas sociedades mais pobres. Embora a educação dos adolescentes possa mudar as trajetórias sociais e econômicas, as configurações com menos recursos são menos propensas a considerar a educação das meninas como um investimento crítico para alcançar o sucesso do adulto. Alterar as expectativas de função social pode ser uma das tarefas mais difíceis que as nações enfrentam.

No Brasil os dados mostram que é equilibrado o analfabetismo entre os gêneros no geral, mas, entre os mais jovens os meninos, jovens e jovens homens são os menos alfabetizados. Mas, a desigualdade de gênero na alfabetização não é o maior dos problemas. Pelo contrário, Rosemberg e Madsen (2011) afirmam que o sexo é a variável que apresenta menor diferencial nessas taxas. O problema é muito mais grave quando olhamos para a questão racial. Se compararmos as taxas de alfabetização de homens brancos e negros (pretos + pardos), na Figura 2, veremos que as disparidades são assustadoras.

dr_setubal_Diferença_de_gênero_na_educação_15_08_2017_02

Taxa de analfabetismo por grupos de idade, segundo o sexo. (Fonte: PNAD 2009)

Autor: Dr. José Luiz Setúbal

 

Fonte:

  1. Pediatrics July 2017, VOLUME 140 / ISSUE 1
    1. Childhood Illness and the Gender Gap in Adolescent Education in Low- and Middle-Income Countries

Marcella Alsan, Anlu Xing, Paul Wise, Gary L. Darmstadt, Eran BendavidChildren,

  1. Gender, Education, and Health

Jonathan D. Klein, Errol R. Alden

 

  1. https://ensaiosdegenero.wordpress.com/2012/08/31/alfabetizacao-genero-e-raca-no-brasil-as-desigualdades-no-ler-e-escrever/

 

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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