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Ele nasceu conehead, mas passou.
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Ele nasceu conehead, mas passou.

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27/02/2015
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Captura de Tela 2015-02-25 às 17.30.53

Então…

Estava eu pensando esses dias.

Será meu Deus que a maternidade perdeu a graça pra mim?

Será que eu nunca mais verei toda essa loucura com aqueles óculos coloridos?

 

Acontece que eu não tenho tido muito assunto pra vir falar aqui.

Fato que não sou radical em nada.

Fato que passeio hoje por uma boa quantia de ferramentas e redes sociais, o que faz com que eu acabe me perdendo, confesso.

Fato que estou com a vida agitadíssima, me adaptando a nova condição de mãetorista 100% da semana e de quebra a de empreendedora, com síndrome de “para o alto e avante”.

Fato que imagino ser uma adaptação eterna e infinita.

Tudo ok…

 

Aí me peguei pensando num post pro blog ontem, despertado pela imagem que tenho nítida aqui, de que quando me via em trabalho de parto ( a um milhão de) 6 horas só pensava se tinha lembrado de falar para o José que havia a possibilidade de Isaac nascer com a cabeça um tanto pontuda, caso todo o processo se estendesse.

Eu não pensava na dor, eu não pensava na rádio concorrente que tocava lá longe em algum lugar do centro cirúrgico, eu não pensava na minha mãe nem na minha barriga. Eu pensava no cone.

 

Pois bem.

Passada a euforia, a cheirada forte que dei no recém parido filho, o ódio que tive da pediatra que olhou pra mim, alí, toda tonta com a situação, sem saber se meu braço era o meu braço, minha perna, meu cérebro idem, riu e disse que eu poderia me mexer para tocá-lo. Lembro nitidamente de José me sorrindo e dizendo que ele tinha a cabeça em formato de cone.

 

Sei que essa cena, esse sorriso, essa fala podem ser fruto da minha imaginação. Sei sim. E não me vejo louca por isso.

Mas me entregar ao soninho pós cesárea tendo certeza de que José entendeu que seria normal tal formato geométrico e não que tínhamos parido um alien, me acalentou no momento. Peças pregadas pela própria consciência, a gente vê por aqui.

 

Confesso que ter um filho usando gorro eternamente não me incomodava mais do que um filho que tivesse dedos sobrando ou faltando (pesadelo gestacional, a gente viu por aqui), portanto conehead não era um problema pra mim. Até porque de tudo o que li na gravidez, o que lembro mesmo é que isso seria passageiro, caso acontecesse.

 

Bom,

Eu não vou ficar procurando o nome científico, médico, hospitalar de tal fenômeno.

Fato que, quando voltamos pra casa com a cria, dois dias depois, cone não mais havia.

Fato que fiquei aliviada, lógico, mas passou.

 

E é aqui que chego no ponto.

Passou.

E talvez mesmo tenha passado porque eu me encontro no meio de um tornado educacional, complexo e cheio de vírgulas e explicações e consequências e psicologias.

 

Não sei.

Não sei nem se passou.

Se o tal momento sobre o cone ainda esteja aqui por algum motivo? Vai saber.

Se Freud não explica, quem sou eu?

 

Eu, essa que agora vive.

E vai e leva e busca e estressa e se decide e senta e chora.

E fica e abraça e se culpa e dá risada e analisa e engole a bronca e vive no meio da birra.

E permanece e entende que é fase e observa e se permite e erra e acerta e espera.

E tecla. Sem parar.

 

Carol Garcia

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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