PESQUISAR
E quem não sabe?
Acontece que a gente precisa tirar aqueles óculos que nos impedem ver que o filho cresceu, e que, mesmo com quase oito anos, já sacou como é que a vida funciona, já sabe como quer encarar os problemas (digo, os que lhe cabem nessa fase da vida) e o melhor/pior/não sei direito ainda o que acho disso é que a vida vai dançar muita lambada nos anos a seguir….
Observa comigo, nos momentos que trago hoje aqui:
O impaciente
– Calma Isaac. Precisa ter paciência.
– Paciência? Pra que serve paciência?
E antes de eu concluir um movimento respiratório completo…
– Pra que serve? Pra quê? Pra que serve? Hein? A paciência? Ela serve pra que? Oi? Quem precisa de paciência? Que paciência? Hein? Manhê? Você tem paciência? Que paciência? Pra quê?
O saudoso-canibal
– Mãe, eu estou com tanta saudade que engolia você e guardava aqui dentro.
O canibal-canibal
– Estou com fome. Mas tanta fome! Vem cá!
(E faz aquele mundaréu de onomatopeias fingindo que está me mastigando)
O brontossauro
– Mãe! Eu não comi lanche na escola hoje. Agora, se eu pudesse comia uma árvore. Mas aquela árvore gigante, lá da avenida, aquela enorme. Bem alta.
Na TPA (tensão pré-alguma coisa que ainda não descobri)
-Humpf….
– Tudo bem filho?
– Afffffffuuuuu….
– Isaac?
Ele me olha torto, bem torto, levanta e vai até o lugar mais longe que consegue, se enfia num gibi e só sai quando está morrendo de fome.
O super sincero
– Mãe, não vá se ofender, mas, com essas unhas compridas, você está parecendo uma BRUXA.
Ao ver minha decepção ele manda:
– Ué, eu tinha que falar. Tinha!
E eu aqui, tentando achar um equilíbrio – quase – saudável pra lidar com tudo e ainda ensinar que cada caso é um caso.
Que a gente pode ter vários certos e errados na vida.
Que é possível resolver os problemas com calma e educação.
E o principal… (Aí estou eu limpando a minha barra) que ninguém é perfeito….