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Isaac está numa fase louca.
É um moço já.
Sabe bem o que quer e tem os traços peculiares bem demarcados.
E nós crescemos juntos. Somos indivíduos em formação.
Somado a isso o fato de termos que aprender todo dia a lidar um com outro.
Coisa interessante, oras desgastante, oras engraçada.
Mas aquela delícia complexa que a gente sabe bem como é.
Eu, que sou ser espontâneo, tinha mesmo que parir ser observador.
Logo, Isaac não deixa passar nada.
Até hoje tô da minha cara porque não conseguia abrir a porta do quarto do hotel.
E reveza a piada com aquele dia que eu – no mundo da lua – dei resposta maluca a um garçom na padaria.
Enfim, Isaac não perdoa.
E se diverte. O que é muito bom.
Outro dia pediu que eu abrisse a lista de notas do celular:
– Mãe, anota aí!
– Anooooto – toda inocente achando que era alguma lista de jogos ou livros.
Mas não.
Ele desfiou uma lista (bem maior do que eu gostaria) de todas as trolagens que ele tinha na memoria.
E riu. Riu tão feliz.
E satisfeito.
Eu também.
Por ser uma mãe humana, que erra, é que ensina que há riso nos lugares mais escondidos, nos cantinhos da vida.