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Falaremos de filmes, também.
Mas não da minha princesa preferida não.
O único príncipe a ser citado neste texto é aquele que coloquei no mundo.
Então vamos lá.
Isaac nasceu – por mais que não tratemos as coisas assim em casa – naquela sociedade do azul é de menino e rosa não, do menino não chora menina sim, do boneca não pode pra meninos, do você é homem rapaz! tem que ter coragem!
Uma coisa irritante, mas que existe.
Vamos lidando e lutando com certas coisinhas.
Mas então, Isaac está naquela fase de super valorização do ser masculino.
E no meio de todos os poréns, quer ser corajoso e valente, não sensível.
Tá difícil de mostrar os medos.
Tem lutado para não demonstrar o que ainda entende por fraquezas.
Eu, que me mostro ser fraco sempre que posso e preciso, muitas vezes observo.
Ensino, dou exemplos, abro meu coração, e observo.
Sem pressão, sem trauma, sem dor.
Mas venho então descobrindo que Isaac tem sim seus medinhos normais, que todo menininho de 6 anos pode e deve ter, e mesmo com a casquinha de pequeno macho forte e poderoso, deixa escapar o que venho lhe mostrado, que é possível sim ser feliz fora desses parâmetros.
Explico.
Ele pediu pra assistir (pela milhonésima vez) Jurassic Park.
Ele se segurou o quanto pode, mesmo se borrando de medo do t-rex.
Aí resolvi cutucar:
– Ai Isaac! essa cena é muito emocionante! ai meu Deus!
Ele não pensou duas vezes, agarrou meu braço, apertou os olhos e mandou:
– Então me protege mãe! Me protege que eu assusto!
Aí deixou o orgulho bobo de lado e assistiu coladinho em mim, até o final.
Eu?
Curti o filho, o filme e o risinho besta que morou em mim por um bom tempo.