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Isaac achou melhor responder a todas as nossas perguntas com “não lembro”.
Qualquer uma delas. ele não lembra e ponto.
Aí, eu que sou daquelas que não deixa nada quieto, comecei a prestar atenção na rotina.
Logo, cheguei a conclusão de que é muito mais fácil, mas muito mesmo, falar que não lembra do que colocar a cabecinha pra pensar.
E isso, senhores, me arrepia. não aceito não.
Logo, abelhuda que sou, ontem comecei operação “lembra sim, como não?” aqui em casa.
Vou de leve no começo. se eu vejo mesmo que aqui mora o cúmulo da preguiça mental, viro a loka.
Me dói ver cabecinha tão fresca. máquina tão nova já falhando.
Pode ser culpa minha ( a lá!), culpa do pouco estímulo, culpa da tecnologia que não deixa mais a gente nem pensar antes de tocar uma tela ou apertar um botão.
Sei lá. mas assim, desmemoriado aos seis anos de idade, já é demais.
Então. nessa nova operação que aqui se inicia, sou tirana? sou vilã?
Nada. só me entrego às charadas e à ironia.
Exemplo número 1:
– Mãe, onde está meu livro?
– Lá na prateleira, onde os livros são guardados, ué.
– Mas não está.
– Onde você acha que está?
Ele já fica levemente irritado e sai batendo o pé, mas creio que a semente já foi plantada, né?
Exemplo número 2:
Estava eu no carro cantando Beatles quando Isaac me pergunta o significado de uma palavra em inglês.
Digo o significado, explicando sim de uma maneira que ela fique linda e ele a acrescente no vocabulário.
No próximo refrão ele pergunta de novo e eu digo só o significado.
e=Wm menos de 3 minutos, ele pergunta de novo.
Na quarta…. na quarta vez, minha amiga, vi a oportunidade:
– O que vc acha que significa?
– Não lembro.
– Mesmo? faz uma força, essa palavra não parece tal coisa?
– Eu não lembro e pronto!
Aí, eu peço que ele tente buscar na memória de três minutos atrás.
Lógico que, de prima assim, não funcionou.
Lógico que ele se irritou e bufou e soprou e soprou.
Mas a casa aqui cai não viu?
E vamos tentando…ufa…