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Escrevo esse post, meio desajeitado, com essa música que não sai da cabeça desde ontem.
Acontece que entre o tempo que vivo, milimetricamente calculado – se é que posso usar essa unidade de medida para tempo – tenho que explicar o tempo que o tempo tem ao meu filho de 4 anos.
Isaac já estuda os dias, meses e momentos na escola, que esse ano lhe deu um calendário.
Acho válido o aprendizado, mas morro de dó deles, tão pequeninos, já se prendendo a semana, ao final de semana – que aliás, Isaac já reclama ser curto demais (filho de quem será esse menino?) – ao tempo que sobra e ao tempo que falta.
O tempo é ingrato.
As vezes sim as vezes não. mas é.
Ingrato agora comigo, que tenho que mostrar o tamanho do tempo ao meu filho.
– Mãe, já está na hora da natação?
– Ainda não, filho, faltam 10 minutos…
– Dez minutos é contar 1,2,3,4,5,6,7,8,9 e 10?
– Não, amor, isso são 10 segundos.
– E quanto são 10 minutos?
– Cada minuto tem 60 segundos. então são 600 segundos.
– Nooooooossa! mas 600 é muito!
E ele se frustra, quando depois dos rápidos 10 minutos eu o chamo pra natação.
E como se não bastasse tudo o que contar o tempo engloba – falo aqui da questão psicológica, cansadológica e culpológica da coisa toda – agora eu tenho é que me virar na medidas.
Uma fita métrica seria linda. uma que conseguisse tal proeza.
– Mãe, nós já vamos pro inglês?
– Ainda não. falta meia hora.
– Meia hora? quanto é meia hora?
– 30 minutos.
– Hummm… e quanto é isso?
Pensei e, no cansaço todo, na vontade de chorar, de sentar e brincar sem olhar pro relógio, me rendi:
– 30 minutos é um desenho do diskovery.
Ele entendeu.
E eu tô tentando me entender até agora.
Ou eternamente.