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A chupeta, segundo a língua inglesa, PACIFIER, tem na própria nomeação a sua principal função de pacificadora, de acalentar e acalmar o bebê.
O bebê humano é o ser vivo na natureza que nasce mais imaturo e desamparado, comparado a outras espécies de animais, necessitando do constante cuidado da mãe para que suas necessidades vitais, psíquicas e fisiológicas sejam atendidas. Por conta de tudo isso, há a ilusão de uma simbiose entre mãe e filho, como se um fosse a continuidade do outro. Isso ocorre nos primeiros meses do nascimento e essa sensação de unicidade é muito importante para o desenvolvimento psíquico do ser humano.
É justamente nesta fase que os objetos transicionais entram em cena, assumindo a ilusão de que, mesmo na ausência, mamãe está por perto. Este objeto é um mediador entre mãe e filho, eu e não-eu, mundo interno e mundo externo. A chupeta é um destes objetos, mas existem muitos outros, como a naninha, paninho, um bichinho, ou até mesmo o dedo na boca. São estes elementos que promovem conforto, amparo, sem que seja necessário a todo o momento o contato físico da mãe ou de outro cuidador, em momentos de fragilidade.
Os principais questionamentos dos pais são: até quando manter a chupeta na vida dos filhos e como retirá-la? Muitas crianças abrem mão deste objeto de modo natural e tranquilo. Simplesmente perdem o interesse e fim. No entanto, para outras, o processo nem sempre é fácil.
Os especialistas, que incluem pediatras, dentistas e fonoaudiólogos, recomendam a retirada da chupeta antes dos dois anos. Isso faz-se necessário por conta de possíveis consequências negativas no desenvolvimento da dentição, fala, problemas na respiração, deglutição etc.
Como ajudar os pais na retirada da chupeta dos filhos, antes que os profissionais peguem no pé deles, ou melhor, peguem direto da boca dos pequenos?
Qualquer mudança de hábito nas crianças requer muita paciência, persistência e determinação por parte da família, ainda mais a chupeta, tão adorada e querida pelo filho.
Do lado da família, o mais difícil deste momento é reconhecer que o bebê cresceu, já se tornou um ser integrado, que agora pode esperar sem se angustiar e possui outras maneiras de se acalmar. No entanto, estender o uso da chupeta parece que promove ilusoriamente aos pais a sensação de um pause no tempo, segurando o filho na fase de bebê eternamente. Outra dificuldade é quando a família é muito apegada a este objeto, visto que este é muito efetivo para abafar qualquer sinal de choro ou desconforto da criança.
Com a saída da chupeta, é preciso que os pais demonstrem segurança ao filho de que agora ele já tem condições emocionais de se confortar, relaxar e se acalmar por si mesmo. É preciso apenas dar um tempo para que ele possa encontrar, dentro de si, o seu próprio PACIFICADOR!
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Atualizado em 24 de setembro de 2024