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Em 1987, a Organização das Nações Unidas (ONU) determinou 26 de junho como o Dia Internacional de Combate às Drogas.
No mundo todo, aproximadamente 200 milhões de pessoas – quase 5% da população entre 15 e 64 anos – usam drogas ilícitas, pelo menos uma vez por ano. Cerca de metade dos usuários usa drogas regularmente, isto é, pelo menos uma vez por mês. Os dados são do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês).
Existem diversas formas de combater os prejuízos causados pelo consumo de drogas. Uma delas é por meio da conscientização, e é isso que o Hospital Sabará vem fazendo, por meio de suas redes sociais, onde volta e meia, disponibilizamos postagens com este tema.
Quando abrimos o jornal ou vemos na TV as cenas da CRACKOLÂNDIA, o que mais impressiona é ver as crianças e os jovens fazendo uso dos cachimbos de crack. Não vamos nos ater às polêmicas da internação compulsória ou aos atos da polícia, mas sim aos aspectos médicos da questão.
O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê, por meio da abordagem socioeducativa, a intervenção não meramente punitiva do Sistema de Justiça, mas propõe um modelo de intervenção sistêmica, à medida que preconiza apreciar a amplitude do problema e possibilita ao adolescente refletir sobre seus atos e buscar novas formas de se relacionar no mundo.
Este é um assunto que já postamos vários artigos, mas pela sua gravidade nunca é demais voltar ao tema (veja: Uso de drogas na adolescência e AAP recomenda que os pediatras saibam mais sobre drogas).
Trabalhos médicos realizados no Brasil e no exterior mostram que o uso de drogas está associado a alguns fatores de risco, entre os quais podemos mencionar os aspectos culturais, interpessoais, psicológicos e biológicos. São eles:
1. A disponibilidade das substâncias;
2. As leis e as normas sociais;
3. As privações econômicas extremas;
4. O uso de drogas ou atitudes positivas frente às substâncias pela família;
5. Conflitos familiares graves;
6. Comportamento problemático (agressivo, alienado, rebelde);
7. Baixo aproveitamento escolar;
8. Alienação;
9. Atitude favorável com relação ao uso, início precoce;
10. Suscetibilidade herdada ao uso e vulnerabilidade ao efeito de drogas.
A família tem um papel crucial na prevenção. Enquanto cuidadora afetiva, amorosa e comunicativa, possui mais chances de promover condições de possibilidades para o desenvolvimento saudável dos filhos. Por esta razão, os programas de prevenção do vício e dependência costumam prever aplicações práticas de orientação familiar.
Papel fundamental pode ser exercido pelos pediatras que acompanham o desenvolvimento e o crescimento da criança, conforme protocolos da Academia Americana de Pediatria e orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria, também colocados em postagens recentes.
Um programa compreensivo e voltado à promoção da saúde precisa entender essa quase inevitabilidade com a qual convive o ser humano, de buscar algum tipo de prazer em substâncias que produzem algum tipo de sensação, sejam elas lícitas, como álcool e tabaco, ou ilícitas como maconha, anfetaminas, crack, etc.
E entender também que a prevenção do abuso de drogas é sinônimo de vida saudável, empreendimento tão importante para os jovens.
Fontes:
1. “Fatores de risco e de proteção para o uso de drogas na adolescência” M Schenker, MCS Minayo – Ciênc Saúde Coletiva, 2005 – SciELO Public Health
2. Texto extraído da monografia intitulada:
“O uso de drogas pelos adolescentes autores de ato infracional na cidade de Porto Alegre: uma questão só de polícia?“, apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Direito Comunitário: Infância e Juventude, da ESMP/RS, por Simone Mariano da Rocha.
3. “O adolescente e o uso de drogas”
ACPR Marques… – Revista Brasileira de Psiquiatria, 2000 –
4. ACTA PAEDIATRICA
Adolescent risk factors for poisonings – a prospective cohort study.
Kivistö, J.E.; Rimpelä, A.; Mattila, Kivistö, JE; Rimpelä, A.; Mattila, VM
Vol. 100 Nro. 12 Página: 1596-602 Dados da Publicação: 2011/01/12
Atualizado em 15 de março de 2024