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Li um artigo na revista Pediatrics de maio que me chamou atenção, pois falava de um jogo (traduzido como jogo de estrangulamento), o qual eu nunca havia ouvido falar. Procurando um pouco pela internet, descobri que se trata de uma prática comum entre adolescentes nos Estado Unidos e consiste numa brincadeira de “enforcar-se” com um cinto, corda, barbante para ter uma hipóxia (baixa oxigenação no cérebro), o que causaria sensação de euforia. Parece bem estúpido, mas existe tanto lá como aqui no Brasil, onde é chamado de brincadeira da asfixia.
Nos Estados Unidos, é praticado mais entre meninos, adolescentes e jovens adultos; está relacionado com uso de drogas (lícitas e ilícitas) como álcool, maconha, crack e com início de atividade sexual. De acordo com os dados do CDC (Centro de Controle de Doenças dos EUA), ocorreram cerca de 80 mortes entre 2005 e 2007.
Segundo o artigo da Pediatrics, cerca de 5 a 11% das crianças e adolescentes já participaram do “jogo da asfixia”. Não só é uma atividade perigosa, como também pode ser associada a outros comportamentos de risco.
A participação estava intimamente ligada ao aumento da atividade sexual e uso de substâncias estimulantes entre ambos os sexos, junto com a má nutrição e aumento da violência entre os homens.
Os autores do estudo acreditam que, por motivo destes resultados serem consistentes com os dados anteriores, os pediatras, pais e educadores devem estar atentos aos adolescentes e instruí-los sobre os perigos de tais brincadeiras.
De acordo com o CDC, as crianças que participam do “jogo da asfixia” podem apresentar os seguintes sintomas ou comportamentos:
1- Marcas ou hematomas no pescoço;
2- Olhos vermelhos;
3- Usar roupas que cobrem o pescoço, mesmo com temperaturas quentes;
4- Confusão ou desorientação depois de estar sozinho por um período de tempo;
5- Presença de itens incomuns, como coleiras de cães, cordas, lençóis, cordas elásticas e correias;
6- Dores de cabeça fortes e frequentes;
7- Comportamento secreto, irritabilidade, hostilidade;
8- Sangramento sob a pele da face e das pálpebras.
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Fontes: “Health Risks of Eighth-Grade Participants in the ‘Choking Game’: Results From an Oregon Population-Based Survey” Pediatrics maio 2012
Atualizado em 13 de março de 2024