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Esporte não afasta adolescentes do consumo de drogas
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Esporte não afasta adolescentes do consumo de drogas

Esporte não afasta adolescentes do consumo de drogas

24/01/2018
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É muito comum a ideia de que para afastar jovens de drogas e de maus hábitos deve ser utilizada a prática esportiva, mas não é isso que mostra uma pesquisa realizada na USP, que revela que a prática de atividades físicas e esportivas não evita que jovens consumam quaisquer tipos de drogas.

Pesquisas constatam relação diretamente proporcional entre o nível de intensidade da atividade física e o uso de drogas, mas não é possível estabelecer causalidade entre os fatos. Quando se pensa no hábito das atividades físicas, que costuma ser relacionado à qualidade de vida, e no problema de saúde pública que constituem as drogas, surge uma revelação contrária ao senso comum – a prática de atividades físicas e esportivas, recreativas ou competitiva não evita que os adolescentes consumam quaisquer tipos de drogas.

O artigo publicado na SMAD, “Relação entre os níveis de atividade física e qualidade de vida no uso de drogas em adolescentes” nos apresenta essa realidade intrigante de que adolescentes que praticam uma alta intensidade de atividade física apresentaram os piores níveis de qualidade de vida no que diz respeito à autonomia ou relacionamento com os pais, amigos, apoio social e desempenho escolar. Inclusive, são os que apresentam os maiores índices de consumo de substâncias psicotrópicas, bebidas energéticas e suplementos alimentares.

A pesquisa investigou a relação entre atividade física baixa, moderada e alta, qualidade de vida e consumo de substâncias psicotrópicas entre jovens de 14 e 18 anos, de ambos os sexos, com alunos de escolas da rede pública de Guarulhos, na grande São Paulo.

Buscou-se analisar a real contribuição da prática esportiva como estratégia de prevenção ao uso de drogas, considerando os índices de qualidade de vida e padrões de consumo dessas substâncias. Mas em vez disso percebe-se que a maioria dos adolescentes pratica esportes em academias e clubes não por valorizar a saúde, mas em busca pela melhor aparência física. Isso, em grande parte, deve-se à cultura atual de valorizar o corpo e a imagem física e ao fato da indústria lançar constantemente produtos com promessas de efeitos imediatos e milagrosos, associado à ausência de legislação rigorosa.

Outras pesquisas nessa área também surpreendem. Alguns autores avaliaram a relação entre a prática esportiva e consumo de álcool ou tabaco de cerca de 14 mil  estudantes e computaram índices consideravelmente maiores de consumo de álcool entre os que praticavam esportes regularmente. Um dado também não esperado mas importante, refere-se que 70% de não usuários de drogas pertencem a adolescentes do grupo com baixo nível de atividade física. O relato dos pesquisadores propõe uma ligação entre o nível de intensidade da atividade física e o uso de drogas, mas não consegue estabelecer causalidade entre os fatos. Por si só a prática esportiva não é a solução isolada.

Não se pretende restringir ou impedir a prática esportiva competitiva entre adolescentes, mas é imperioso que se alerte aos familiares e professores para que estes estejam atentos às diferentes esferas da vida do adolescente, que devem ser priorizadas tanto quanto a atividade esportiva, concluem os autores.

É urgente, desse modo, a criação de programas de prevenção de caráter educativo sobre o uso de substâncias em geral, especificamente para a população adolescente.

Autor: Dr. José Luiz Setúbal

Fonte: SMAD. Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas

Relação entre os níveis de atividade física e qualidade de vida no uso de drogas em adolescentes.

André Luiz Monezi Andrade é mestre e doutor pela UNIFESP; Denise De Micheli é doutora e professora adjunta da UNIFESP; Bruno de Oliveira Pinheiro é mestre e professor.

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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