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Não se sabe bem como e porque, mas há alguns anos existem campanhas pelas redes sociais falando verdadeiros absurdos sobre os problemas que as vacinas podem causar. As pessoas se deixam influenciar por notícias vindas de fontes nada confiáveis e que vão contra tudo que a ciência moderna comprova.
Não é incomum vermos no Sabará Hospital Infantil crianças com quadros graves de doenças que seriam facilmente evitáveis se elas tivessem sido vacinadas na época adequada. Como não vemos doenças como paralisia infantil, coqueluche, sarampo e meningite por hemófilos, entre outras, esquecemos como eram graves antes das vacinações.
O sarampo não é uma doença leve, também não é a coqueluche, a meningite Hib. (hemófilos influenza tipo B) ou a diarreia por rotavírus. Estas são doenças que fazem com que os pais façam telefonemas preocupados no meio da noite para seu médico, corram para o serviço de emergência e passem dias cuidando de uma criança doente e enfraquecida. E esse sofrimento é completamente evitável com as vacinas.
Como pediatra, recomendo o que interessa ao meu paciente com base nas evidências científicas. Como pai, faço o que puder para evitar doenças no meu filho. Como médico, minha função é dar aos pais a melhor orientação possível para a saúde de seus filhos. Mostrar que é ruim não dar as vacinas ou que o sarampo pode ser um grande problema. Ignorar o fato de que as imunizações são uma das estratégias mais efetivas que temos para prevenir as doenças é agir contra a criança e contra a comunidade.
Para ser perfeitamente claro, não existe um cronograma de imunização “alternativo”. Retardar as vacinas só deixa uma criança em risco de doença durante um período de tempo mais longo e expõe outras crianças ou pessoas àquelas doenças que poderiam ser evitadas. Não torna a vacinação mais segura. Não há alternativa se você quiser a proteção ideal para seu filho.
A ciência é inconteste em dizer que as vacinas são seguras e eficazes. Mas os pediatras se preocupam que as dúvidas dos pais sobre as vacinas evitem que as famílias deem a seus filhos as imunizações de que precisam. Preocupamo-nos que os pais não percebam a importância de vacinar na época adequada. Preocupamo-nos com as famílias que não têm acesso a cuidados médicos ou transporte e não conseguem fazer as vacinas necessárias. Essas lacunas na estratégia de proteção que as imunizações fornecem deixam nossas comunidades inteiras mais vulneráveis, incluindo crianças que são jovens demais para se beneficiar de vacinas e aqueles que não podem ser vacinados devido a problemas médicos.
Porque nos preocupamos com as crianças sob nosso cuidado, os pediatras passam horas diariamente a aconselhar famílias e responder suas perguntas sobre vacinas. Um estudo publicado na revista Pediatrics pesquisou mais de 500 pediatras americanos em todo o país e descobriu que 93% deles têm alguns pais em sua prática que pedem para atrasar as vacinas de seus filhos. O atraso nas vacinas coloca essas crianças em risco adicional. A grande maioria dos pediatras relatou que eles continuam trabalhando com essas famílias na esperança de que concordem com vacinas oportunas.
O cronograma recomendado de imunizações foi pesquisado e documentado para ser a maneira mais eficaz e segura de proteger as crianças. As vacinas são cuidadosamente programadas para fornecer proteção quando as crianças são mais vulneráveis e quando as vacinas produzirão a resposta mais forte em seu sistema imunológico.
Os pediatras recomendam fortemente vacinações oportunas por causa do que sabemos ser verdadeiro: as vacinas são simplesmente a melhor maneira de proteger nossos filhos desses vírus e bactérias que podem causar danos reais e devastadores. Todos temos preocupações suficientes em nossas vidas. Vamos dar a nós mesmos a paz de espírito que fizemos tudo o que pudemos para proteger nossos filhos dessas doenças evitáveis.
Saiba mais:
Autor: Dr. José Luiz Setúbal
Fonte: Fonte Academia: Sandra G. Hassink, MD, FAAP Americana de Pediatria (Copyright © 2015)
As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.