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O pedágio emocional da obesidade
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O pedágio emocional da obesidade

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20/07/2017
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Você já ouviu as histórias sobre a gordinha feliz, certo? Bem, tão reconfortantes como elas possam ser, particularmente se sua própria filha é gordinha, saiba que é mais um do que realidade na maioria das vidas das crianças. Não só existem custos de saúde associados à obesidade infantil, mas o problema do peso da sua criança também está intimamente enredado em seu mundo emocional.

Um estudo científico recente descobriu um viés de peso inconsciente entre crianças em idade escolar. A pesquisa publicada na revista Pediatrics de julho de 2017 sugere que as crianças em idade escolar podem ter uma tendência inconsciente contra seus pares com obesidade.

Vamos falar de 5 pontos de pedágios emocionais em crianças:

1- Estigma social

Para crianças com sobrepeso, bem como seus pais, viver com excesso de quilos pode ser doloroso. A seu modo, o estigma social associado ao excesso de peso pode ser tão prejudicial para a criança como as doenças e condições físicas que acompanham frequentemente a obesidade. Você irá vê-la nos olhos e ouvi-la nas palavras de seu próprio filho ou alguma criança com excesso de peso. Em uma sociedade que idolatra a magreza, já existem estudos que mostram que crianças a partir de 6 anos podem associar estereótipos negativos com excesso de peso e acreditar que uma criança pesada é simplesmente menos agradável.

2- Autoestima e bullying escolar

É verdade que algumas crianças com excesso de peso são muito populares com seus colegas de classe, se sentem bem com elas mesmas e têm muita autoconfiança. Mas, em geral, a criança obesa tem mais baixa autoestima do que seus pares magros. Essa pouca autoestima pode se traduzir em sentimentos de vergonha em relação ao seu corpo, e sua falta de autoconfiança pode levar ao menor desempenho na escola. Esses jovens podem ser incomodados pelos colegas de classe e até mesmo pelos adultos, que ser gordo é sua própria culpa. Eles certamente terão apelidos que incomodarão bastante e serão submetidos a provocações e bullying. Seus amigos podem evitá-los, e eles também podem ter problemas para fazer novos amigos.

3- Depressão

Com toda essa turbulência na vida de uma criança com excesso de peso, ele pode sentir como se ele não pertencesse ou se encaixasse em nenhum lugar. Pode se ver como um diferente ou um pária. Muitas vezes se sente solitário e nunca será visto pelos seus pares como um cara popular ou legal. E quando esse cenário se torna arraigado como parte de sua vida – mês após mês, ano após ano – ele pode ficar triste e clinicamente deprimido e se ensimesmar.

4- Comer Emocional

Em um toque irônico, algumas crianças com excesso de peso como essas podem buscar conforto emocional nos alimentos, adicionando ainda mais calorias aos pratos, ao mesmo tempo que seus pediatras e pais os exortam a comer menos. Adicione a isso altos e baixos da vida, incluindo o estresse de se mudar para uma nova comunidade, dificuldades na escola, ou a morte de um pai ou um divórcio, e algumas crianças estarão rotineiramente envolvidas em alimentos entrando em um ciclo vicioso.

5- Discriminação

Existem outras repercussões relacionadas à obesidade que continuam bem na adolescência e além. Adolescentes e adultos pesados ​​podem enfrentar discriminação baseada unicamente em seu peso. Algumas pesquisas sugerem que eles são menos propensos a serem aceitos para serem admitidos por uma universidade de prestígio. Eles também podem ter uma chance reduzida de conseguir bons empregos do que seus pares mais finos. Mulheres com excesso de peso têm uma menor probabilidade de namoro ou encontrar um parceiro de casamento. Em suma, quando crianças pesadas se tornam adultos pesados, eles tendem a ganhar menos dinheiro e casar com menos frequência do que seus amigos que são de peso médio.

Voltando ao estudo ” Implicit Weight Bias in Children Age 9 to 11 Years”, os pesquisadores mostraram às participantes fotos de uma criança por 350 milissegundos, seguido por um padrão sentido fractal por mais de 200 milissegundos.

Os 114 participantes, que tinham entre 9 e 11 anos, foram convidados a avaliar as imagens como “boas” ou “ruins”. As imagens de crianças usadas no estudo foram emparelhadas com base na idade, raça, gênero e atividade correspondentes, mas diferiram pelo peso da criança. Em média, 64% dos fractais abstratos seguindo fotos de peso saudável as crianças foram classificadas como “bons”, em comparação com 59% das que seguem fotos de crianças com sobrepeso. Os autores observaram que esta taxa geral de viés implícito de 5,4% contra crianças com excesso de peso é semelhante aos níveis observados com a raça em outros estudos.

As descobertas foram particularmente preocupantes em uma época em que, um terço das crianças tem excesso de peso ou obesidade, disseram pesquisadores, acrescentando que o estigma do peso experiente está relacionado com consequências emocionais e comportamentais negativas.

 

 

Autor: Dr. José Luiz Setúbal

Fonte: Pediatrics June 2017

June 2017

Implicit Weight Bias in Children Age 9 to 11 Years

Asheley Cockrell Skinner, Keith Payne, Andrew J. Perrin, Abigail T. Panter, Janna B. Howard, Anna Bardone-Cone, Cynthia M. Bulik, Michael J. Steiner, Eliana M. Perrin

A Parent’s Guide to Childhood Obesity: A Road Map to Health (Copyright © 2006 American Academy of Pediatrics)

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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