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Lesão nos olhos durante a prática esportiva é algo relativamente comum, seja por uma mão que roça os olhos, bola que atinja a região periorbital ou mesmo um trauma com o chão ou algum objeto pode ocorrer. Nos dias atuais outros esportes estão aparecendo, e paintball e airsoft se juntaram às espingardinhas de chumbinho em atividades cada vez mais praticadas por jovens, já que simulam jogos de guerra, uma espécie de videogame ao vivo.
A taxa de lesões oculares pediátricas associadas ao uso de “chumbinho”, BB (bolinhas de plástico do airsoft) ou paintball aumentou quase 169% ao longo de um período de 23 anos, de acordo com um estudo publicado na revista Pediatrics de fevereiro de 2018 que analisou lesões oculares associadas a esportes e atividades recreativas que foram tratadas nos departamentos de emergência dos hospitais dos EUA.
O estudo “Lesões oculares pediátricas relacionadas com o esporte e a recreação tratadas nos departamentos de emergência dos EUA” mostra que a taxa global de lesões oculares sofridas por crianças de até 17 anos diminuiu ligeiramente entre 1990 e 2012. Pesquisadores revisaram os dados fornecidos pelo Sistema Nacional de Vigilância de mais 400 mil crianças tratadas em emergência dos hospitais americanos. Estes dados nos mostram que crianças 10 a 17 anos tiveram a maior taxa de lesões oculares, e que 75% das lesões ocorreram em meninos.
As atividades e equipamentos de esportes e recreação mais comuns associados a lesões oculares foram basquete (16%); baseball ou softball (15%); e armas recreativas (11%). Quase metade das lesões oculares que requerem hospitalização foram associadas a armas recreativas. Destas, 80% estavam associadas com armas de airsoft ou chumbinho.
A nível nacional, em média, mais de 19 mil crianças foram tratadas em departamentos de emergência anualmente por lesões oculares, com uma taxa geral de lesão de 27 feridos por 100 000 crianças. Os autores recomendam maiores esforços de prevenção, incluindo a adoção de regras que exigem o uso de equipamentos de proteção ocular. No Brasil, procurei dados, mas não encontrei. Mesmo no Hospital Sabará, onde atendemos mais de 100 mil crianças por ano não temos números tão grandes. Talvez essas armas e estes esporte não sejam tão comuns entre nós, apesar de estar aumentando o número de praticantes.
Saiba mais:
Autor: Dr. José Luiz Setúbal
Fonte: Pediatrics January 2018
Pediatric Sports- and Recreation-Related Eye Injuries Treated in US Emergency Departments
Krystin N. Miller, Christy L. Collins, Thitphalak Chounthirath, Gary A. Smith
As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.