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A dengue é uma doença causada por um vírus, transmitido ao ser humano através da picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo que pode transmitir chikungunya, zika e febre amarela. Existem quatro tipos diferentes de vírus da dengue (DEN1, DEN2, DEN3 e DEN4). Por conta disso, uma mesma pessoa pode ser infectada quatro vezes ao longo da vida.
Os números atuais são muito alarmantes. Até 16/02/2024, o Ministério da Saúde registrou 555.583 casos prováveis de dengue no país, com 94 mortes confirmadas pela doença e outras em investigação. Minas Gerais é o estado com o maior número de casos prováveis, seguido de São Paulo, Distrito Federal, Paraná e Rio de Janeiro. A projeção é de 4,2 milhões de casos de dengue no país em 2024.
O quadro da dengue clássica é caracterizado por febre alta, de início abrupto, com duração de 2 a 7 dias (fase febril), acompanhada de dor de cabeça, odinofagia, mialgia, artralgias, dores atrás dos olhos, perda de apetite, indisposição, olhos vermelhos, náuseas, vômitos, exantema (pele vermelha), e, em alguns casos mais graves, pode haver sinais de sangramento em gengivas, nariz e pele (petéquias).
Nas crianças, em sua maioria, a dengue é assintomática ou apresenta-se como uma síndrome febril clássica viral, com sinais e sintomas inespecíficos: febre, adinamia, recusa alimentar, vômitos, diarreia ou fezes amolecidas.
Nos bebês, que ainda não sabem expressar os sintomas com palavras, a suspeita de dengue é mais difícil. Pode haver febre, prostração ou irritabilidade intensa com choro fácil, como se estivesse sentindo dor, recusa da alimentação, diarreia e vômitos.
Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém as pessoas mais velhas e aquelas que possuem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que podem levar à morte.
É preciso ficar atento para alguns sinais de alarme, que ajudam a identificar os casos mais graves de dengue. Devem procurar assistência médica imediata as pessoas com suspeita de dengue que apresentem:
O diagnóstico é feito com a suspeita clínica e pode ser confirmado com exames laboratoriais. Após o início dos sintomas, nos primeiros cinco dias, o diagnóstico pode ser feito pela pesquisa do vírus (exame de PCR) ou detecção do antígeno viral (NS-1). Após o 6º dia do início dos sintomas, a confirmação do diagnóstico é feita com a sorologia (pesquisa de anticorpos).
O tratamento é feito com analgésicos e antitérmicos. Além disso, a hidratação é muito importante. Casos graves devem ser hospitalizados para receber hidratação endovenosa.
A prevenção é fundamental! A principal ação a ser tomada é a educação, informando a população sobre o risco de dengue e as principais maneiras de se evitar a reprodução do mosquito Aedes aegypti. O mosquito se reproduz em regiões quentes e com água parada. Devemos sempre adotar medidas que visem impedir epidemias da doença. Nesse sentido, além das ações realizadas pelos agentes de saúde, a população deve fazer a sua parte:
Além disso, já há uma vacina para dengue, disponível no SUS, nos municípios de grande porte, com alta transmissão da doença nos últimos dez anos e população residente igual ou maior a 100 mil habitantes, levando também em conta as altas taxas nos últimos meses. O público-alvo, em 2024, serão crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre elas. A vacina também está disponível em clínicas privadas, para pessoas de 4 a 60 anos.
FONTES:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Doenças Transmissíveis. Dengue: diagnóstico e manejo clínico: adulto e criança – 6. ed. [recurso eletrônico]. 2024.
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dengue