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Construção de resiliência baseada na comunidade
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Construção de resiliência baseada na comunidade

Construção de resiliência baseada na comunidade

27/05/2024
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Com os acontecimentos do Rio Grande do Sul, pudemos ver a grande disposição das pessoas em ajudar. Sempre comento em palestras sobre cultura de doação, que o Brasil é um país solidário, com um povo que gosta e está disposto a ajudar em episódios de catástrofes humanitárias, mas que precisamos transformar isso em algo maior, em alguma coisa mais cidadã, de uma sociedade civil preocupada com sua comunidade em tempo integral. Devemos, eu acredito, iniciar esse trabalho educando nossas crianças e nossos jovens.

Quer a comunidade inclua grupos cívicos, organizações religiosas, escolas, ligas desportivas ou todo e qualquer grupo que sirva aos jovens, ela pode promover o desenvolvimento saudável criando condições nas quais as famílias possam prosperar e oferecer recursos baseados nas necessidades desse grupo, incluindo programas de desenvolvimento e enriquecimento.

Se você representa uma comunidade, que pode ser uma escola, um condomínio ou um programa de bairro que está pensando em usar um desenvolvimento positivo dos jovens ou uma estratégia baseada na resiliência para transformar a maneira como eles são abordados, considere organizações que trabalham em estreita colaboração com você para avaliar as necessidades, sugerir mudanças na infraestrutura e enquadrar intervenções.

O que os pais podem fazer em sua comunidade ou como líderes comunitários?

Observe os atos de generosidade e compaixão demonstrados pelos jovens e divulgue essas boas notícias. Não perceba apenas os atos heroicos, mas também os atos cotidianos. Reconheça a gentileza e a contribuição como norma.

Defenda a representação positiva dos jovens na sua comunidade. Peça que se afastem da cobertura midiática, onde apenas os maiores realizadores e os delinquentes têm audiência. Defenda mensagens de saúde pública que não apenas digam às crianças o que não fazer, mas que digam fervorosamente às crianças o que fazer, e reconheçam que a maioria dos jovens já está fazendo a coisa certa.

Defenda programas de enriquecimento em comunidades e escolas, especialmente nas áreas de maior risco, que atualmente só têm programas de prevenção. Isso não significa que você deva sugerir que os programas baseados em risco sejam cortados. Dê aos jovens oportunidades de contribuir para suas comunidades. Quando estiverem servindo aos outros, seus valores serão notados e eles receberão aquelas demonstrações vitais de gratidão.

Trabalhe com os pais da sua comunidade para que os jovens tenham modelos, regras e limites adequados que garantam a segurança. Se estes forem vistos como normais na sua comunidade, os adolescentes terão menos motivos para se rebelarem.

Incluindo a sabedoria juvenil

Os jovens que contribuem para o bem-estar da sua comunidade e são notados pelos seus esforços terão maior probabilidade de permanecerem envolvidos. Nunca devemos esquecer que os jovens são especialistas em si mesmos. Aumentamos a qualidade do programa e os benefícios para os participantes quando pedimos conselhos aos jovens na concepção de um projeto. Os jovens que ajudam programas a conceberem serviços podem tornar-se líderes nesses mesmos programas ou em outros futuros.

Se você deseja orientar os jovens de uma comunidade em direção a comportamentos positivos, considere a criação de educadores de pares e modelos positivos. As mensagens têm certa ressonância quando transmitidas por alguém com quem os pares podem se relacionar. Ao mesmo tempo, esses educadores têm mais credibilidade quando estão ligados a adultos especialistas respeitados. Compreender também quem são os formadores de opinião dos pares (não necessariamente os melhores alunos ou dirigentes de turma) e influenciá-los a modelar comportamentos apropriados.

Peguei essas dicas de um artigo da Academia Americana de Pediatria que li há muitos anos, que falava de como trabalhar para construir resiliência nos jovens e mudar as dinâmicas das comunidades. Acho que elas são atuais e que servem para uma reflexão de como podemos melhorar as atividades solidárias de nossa sociedade e como podemos ensinar nossos jovens e crianças.

Fonte:

Building Resilience in Children and Teens, 2nd Edition (Copyright (Copyright © 2011 American Academy of Pediatrics)

Saiba mais:

https://institutopensi.org.br/como-voce-cuida-da-crianca-ao-seu-lado/

https://institutopensi.org.br/liberdade-e-sonhos-impulsionando-o-cerebro-na-primeira-infancia/

https://institutopensi.org.br/mais-uma-viagem-realmente-fantastica-na-ajuda-das-pessoas/

https://institutopensi.org.br/mais-uma-boa-praca/

https://sbtnews.sbt.com.br/noticia/brasil/brinquedos-e-cartinhas-criancas-se-solidarizam-com-vitimas-do-rio-grande-do-sul

https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/unicef-pede-prioridade-as-criancas-na-emergencia-das-chuvas-no-rio-grande-do-sul

https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2021/09/20/voluntarios-retiram-pelo-menos-25-toneladas-de-lixo-de-praias-e-rios-em-um-unico-dia.ghtml

https://www.sescsp.org.br/programacao/mutirao-verde-reproducao-de-mudas-por-sementes/

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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